São Paulo, Sexta-feira, 22 de Outubro de 1999
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Escola que viveu chacina terá zelador PM


ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas

A escola estadual do Núcleo Habitacional Vida Nova, em Campinas (99 km de São Paulo), onde houve uma chacina duas semanas atrás, deve receber até o final deste mês um policial militar que vai morar no local.
O nome do policial não foi divulgado ontem. Na chacina, três estudantes foram mortos e outras sete pessoas ficaram feridas, sendo seis baleadas e uma espancada.
O policial vai atuar como zelador da escola e deve pagar uma taxa de aluguel, ainda não definida, segundo a Coordenadoria de Ensino do Interior da Secretaria de Estado da Educação.
O órgão aguarda o recebimento de um ofício da direção da escola para adotar a medida.
"Ele (o policial) já veio visitar a escola, olhou o local. Agora só estamos esperando sua documentação para confirmar a vinda", disse a diretora do colégio, Cláudia Aparecida Francisco, 40.
Foi no prédio da zeladoria da escola em que ocorreu a chacina. O cargo de zelador era ocupado por Nilton César dos Santos, 28, que foi baleado durante a ocorrência e permanece afastado do colégio.
Seu endereço atual não é divulgado, pois ele é considerado peça-chave das investigações conduzidas pela Polícia Civil.
Segundo a polícia, o principal suspeito da autoria do crime, Admilson Fagundes de Souza Santos, 19, permanece foragido.
O coronel Élzio Nagali, comandante regional da Polícia Militar em Campinas, disse que o policial que vai morar na escola trabalha atualmente na banda marcial da polícia.
"Na minha opinião, nem policial zelador, nem reforço da PM vão resolver o problema de segurança, mas nós não vamos querer nos omitir", afirmou o coronel.
Ele disse que pelo menos outras duas escolas da cidade já funcionam hoje com policiais como zeladores.
Segundo o comandante, o policial que pretende atuar como zelador da escola do Vida Nova já é morador do bairro onde fica a escola, o que vai facilitar a mudança para o novo endereço, além de criar vínculos mais fortes entre o policial e a comunidade servida pela escola.


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