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Investigação teve início há um mês
DA REPORTAGEM LOCAL
Até descobrir o plano do suposto atentado à Bovespa, no começo
da semana passada, a polícia e o
governo do Estado ficaram em estado de alerta e montaram operações para tentar se prevenir de
ameaças, que ora falavam de rebeliões em presídios ora de atentados fora das cadeias.
Havia pelo menos um mês que a
Polícia Civil procurava o carro
abandonado ontem. Inicialmente, policiais tinham a informação
que o PCC planejava explodir o
artefato no final de semana em
que ocorreu o primeiro turno das
eleições. Não se sabe ainda por
que o plano não foi executado.
No último dia 11, houve um outro alerta após a interceptação de
uma série de telefonemas em que
integrantes da facção avisavam
advogados e aliados, entre eles Petronilha Felício, presa anteontem,
sobre o que estava para acontecer
e os orientavam a sair da capital
paulista o mais breve.
Foi somente na semana passada
que a polícia identificou o que estava para ocorrer e pediu, na última sexta-feira, a prisão do mulher
de José Márcio Felício, o Geleião,
um dos fundadores do PCC e
principal líder da organização ao
lado de César Augusto Roris da
Silva, o Cesinha.
Geleião está preso na Penitenciária de Presidente Bernardes, no
interior do Estado, incomunicável, porque a unidade é a única no
país com bloqueador de celulares.
Por esse motivo, sua mulher, segundo a polícia, estaria atuando
como interlocutora.
Enquanto as informações coletadas pela polícia ainda estavam
confusas, a Secretaria da Administração Penitenciária orientou
os diretores de presídio a ficar
atentos a qualquer movimentação suspeita. Na semana anterior
ao primeiro turno, a Polícia Militar chegou a ocupar 31 presídios,
pela terceira vez no ano.
Nas primeiras ligações interceptadas, membros da facção falavam de um ataque programado
para antes da eleição, o que deixou o governo em alerta. Sabia-se,
segundo o Ministério Público,
que essa ordem teria partido de
Geleião.
A intenção seria pressionar a secretaria a retirar Geleião e outros
líderes do PCC do isolamento na
penitenciária de Presidente Bernardes. Geleião e Cesinha teriam
sido os membros da ala radical do
PCC responsáveis pelo planejamento e execução de atentados a
bomba e disparos contra prédios
públicos.
(GP e ALESSANDRO SILVA)
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