São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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Investigação teve início há um mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Até descobrir o plano do suposto atentado à Bovespa, no começo da semana passada, a polícia e o governo do Estado ficaram em estado de alerta e montaram operações para tentar se prevenir de ameaças, que ora falavam de rebeliões em presídios ora de atentados fora das cadeias.
Havia pelo menos um mês que a Polícia Civil procurava o carro abandonado ontem. Inicialmente, policiais tinham a informação que o PCC planejava explodir o artefato no final de semana em que ocorreu o primeiro turno das eleições. Não se sabe ainda por que o plano não foi executado.
No último dia 11, houve um outro alerta após a interceptação de uma série de telefonemas em que integrantes da facção avisavam advogados e aliados, entre eles Petronilha Felício, presa anteontem, sobre o que estava para acontecer e os orientavam a sair da capital paulista o mais breve.
Foi somente na semana passada que a polícia identificou o que estava para ocorrer e pediu, na última sexta-feira, a prisão do mulher de José Márcio Felício, o Geleião, um dos fundadores do PCC e principal líder da organização ao lado de César Augusto Roris da Silva, o Cesinha.
Geleião está preso na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior do Estado, incomunicável, porque a unidade é a única no país com bloqueador de celulares. Por esse motivo, sua mulher, segundo a polícia, estaria atuando como interlocutora.
Enquanto as informações coletadas pela polícia ainda estavam confusas, a Secretaria da Administração Penitenciária orientou os diretores de presídio a ficar atentos a qualquer movimentação suspeita. Na semana anterior ao primeiro turno, a Polícia Militar chegou a ocupar 31 presídios, pela terceira vez no ano.
Nas primeiras ligações interceptadas, membros da facção falavam de um ataque programado para antes da eleição, o que deixou o governo em alerta. Sabia-se, segundo o Ministério Público, que essa ordem teria partido de Geleião.
A intenção seria pressionar a secretaria a retirar Geleião e outros líderes do PCC do isolamento na penitenciária de Presidente Bernardes. Geleião e Cesinha teriam sido os membros da ala radical do PCC responsáveis pelo planejamento e execução de atentados a bomba e disparos contra prédios públicos. (GP e ALESSANDRO SILVA)


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