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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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DESARMAMENTO

Ministro José Dirceu não conseguiu minimizar divergências entre Câmara e Senado; restrição à venda é principal entrave

Disputa faz governo adiar votação de estatuto

FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Devido à disputa entre Câmara e Senado e às divergências na base aliada, o governo desistiu de votar ontem o Estatuto do Desarmamento na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. As negociações começaram pela manhã, em uma reunião do ministro José Dirceu (Casa Civil) com os líderes aliados na Câmara. Como não houve acordo, adiou-se a votação.
Partidos que são contra a restrição do porte, da posse e da comercialização de armas de fogo, como PTB, PL e parte do PMDB, dizem que rejeitarão o estatuto para que a discussão parta de projeto da Câmara, o que garantiria à Casa a decisão final sobre o assunto.
O estatuto foi elaborado por uma comissão mista de deputados e senadores em julho e aprovado no Senado. Ao chegar à Câmara, o projeto foi desfigurado na Comissão de Segurança Pública. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), disse que não havia problema porque as alterações seriam derrubadas no Senado. A declaração deu início a um bate-boca entre as duas Casas.
O relator do projeto na CCJ, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), recuperou a essência do projeto que veio do Senado.
"Os senadores já deixaram claro que o que aprovarmos aqui eles vão mudar lá. Então temos que derrubar o do Senado e começar daqui. Não acredito nos senadores", disse o deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ).
Ontem, José Dirceu disse aos deputados que um atrito entre Câmara e Senado iria repercutir mal e que o governo apóia o acordo feito no Senado. Ele condicionou o apoio a qualquer alteração no projeto a um acordo com os senadores. A principal restrição dos deputados é ao artigo 36, que proíbe a comercialização de armas e munição.
O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), convocou sessão extraordinária para hoje, às 13h, para votar requerimento de urgência para o estatuto. Com isso, o estatuto pode ir diretamente para o plenário, pulando a etapa da comissão. Nesse caso, será apreciado o texto da deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), que ampliou a possibilidade de porte e posse de armas, já que o projeto de Greenhalgh ainda não foi votado na comissão, portanto não existe oficialmente.


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