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Em depoimentos, PMs dizem que só invadiram após tiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Em seus depoimentos à Polícia Civil na noite de sexta-feira,
logo após Eloá Pimentel, 15, ter
sido baleada pelo ex-namorado, Lindemberg Alves Fernandes, 22, todos os cinco PMs do
Gate (Grupo de Ações Táticas)
afirmaram que só invadiram o
apartamento em que a jovem
era feita refém após terem ouvido um tiro no local.
Segundo o tenente Paulo
Sérgio Schiavo, 34, chefe da
equipe tática do Gate, o tiro
que, na versão dele, motivou
sua ordem para que o local fosse invadido, foi dado por Lindemberg por volta das 18h.
Um disparo no apartamento,
ainda segundo a versão dos
PMs, por volta das 14h, fez com
que os comandantes da operação, coronel Eduardo José Félix e capitão Adriano Giovanini,
ordenassem que, caso ocorresse um novo tiro, o Gate invadisse o local. E foi essa determinação que o tenente Schiavo disse
ter seguido às 18h.
As gravações oficiais da PM
da negociação entre o capitão
Giovanini e Lindemberg mostram que ambos conversaram
por celular até as 17h57, quando a bateria do aparelho do PM
acabou e ele foi recarregá-la
num carro dos bombeiros. Nesse momento, houve a invasão.
O responsável por acionar o
explosivo colocado na porta do
apartamento foi o sargento
Frederico Mastria, 47. Na seqüência, o soldado Maurício
Martins de Oliveira, 27, tentou
pôr a porta abaixo, mas isso demorou alguns segundos porque
ela estava escorada por móveis.
Ainda na versão dos PMs, o
soldado Daylson Moreira Pereira, 25, foi o primeiro a entrar. Ele segurava um escudo
para proteger os demais PMs.
Pereira disse ter sentido o impacto de um tiro no escudo. Foi
o sargento Mario Magalhães
Neto, 33, quem atirou com bala
de borracha na direção de Lindemberg e não o atingiu.
Para os PMs, Lindemberg só
parou de atirar com o revólver
calibre 32 após ficar sem munição. Ele jogou a arma no chão e
foi dominado pelo sargento
Magalhães. O tenente Schiavo
disse ter ouvido o preso falar
"que estava vivo e que matara
mesmo Eloá".
Imagens das TVs
Tanto a Corregedoria da Polícia Militar quanto os peritos
da Polícia Técnico Científica
estudam gravações feitas por
equipes de televisão para esclarecer o momento exato dos tiros no apartamento e se eles foram dados por Lindemberg antes ou depois da invasão dos
PMs do Gate.
Uma das imagens que será
utilizada pelo Gate para comprovar a versão de que a invasão ocorreu somente depois de
Lindemberg ter dado um tiro
foi captada pela TV Record.
Na gravação, é possível ouvir,
ainda antes da detonação dos
explosivos que estavam na porta do apartamento, um barulho
semelhante a um tiro. Mas os
peritos também analisam gravações feitas pela TV Globo que
não mostram o mesmo barulho
captado pela Record.
(KLEBER TOMAZ e ANDRÉ CARAMANTE)
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