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Policiais civis avaliam hoje nova proposta do governo
Em greve há 36 dias, categoria se reúne para discutir oferta de Serra que propôs, entre outras medidas, dois reajustes de 6,5%
DA REPORTAGEM LOCAL
Os policiais civis de São Paulo se reúnem hoje para discutir
a nova proposta apresentada
pelo governador José Serra
(PSDB) e podem anunciar o fim
da greve, que já dura 36 dias.
A reunião só não foi realizada
ontem porque parte dos representantes das entidades sindicais foi para Brasília se reunir
com o ministro da Justiça, Tarso Genro, em um encontro que
estava marcado antes de o governo anunciar o novo pacote.
A greve ganhou contornos
políticos quando a CUT, a Força Sindical e deputados do PT e
do PDT deram apoio aos grevistas e ajudaram a organizar a
manifestação contra o governo
Serra, com passeata até o Palácio dos Bandeirantes, que terminou em confronto entre policiais civis e militares. Houve
cerca de 30 feridos.
Serra atacou o PT, acusando
o partido de exploração político-eleitoral do episódio. A eleição ocorre no próximo domingo. O presidente Lula defendeu
o partido e disse que Serra deveria "pedir desculpas ao PT".
Porém, o desgaste com o confronto levou Serra a formular a
nova proposta.
Os presidentes do sindicato,
José Leal, e da associação de
delegados, Sergio Roque, disseram que a proposta do governo
não atende a todas as reivindicações, mas já é possível suspender a greve para dialogar. A
discussão de hoje deverá definir quando isso deverá ocorrer.
A suspensão da greve pode
ser anunciada ainda hoje ou, o
mais provável, na sexta-feira. A
categoria ficaria, então, em estado de greve para retomar a
paralisação caso o Estado não
cumpra as propostas feitas.
Serra ofereceu dois aumentos de 6,5%, um em 2009 e outro em 2010, aposentadoria especial (aos 30 anos de serviço) e
incorporação de alguns benefícios para aposentados.
Os policiais queriam 15%
imediatos e mais duas parcelas
de 12% nos próximos dois anos.
A aposentadoria especial atende ao pedido, e a incorporação
aos aposentados cumpre parcialmente a demanda.
Na opinião dos policiais, os
detalhes poderão ser discutidos
agora com os deputados e, por
isso, eles farão forte pressão na
Assembléia. Leal disse que a
manifestação prevista para
amanhã em todo o Estado deverá ser mantida.
(ROGÉRIO PAGNAN e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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