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CIGARRO
Emenda à lei do fumo em SP exige programa antitabagista
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto do governador
José Serra que veta o fumo
em locais fechados vai entrar
hoje na pauta de votação da
Assembléia Legislativa. A
proposta recebeu uma
emenda do deputado João
Caramez (PSDB), que obriga
o Estado a oferecer, em toda
a rede de saúde, tratamento e
remédio gratuitos para quem
quiser parar de fumar.
Em entrevista à Folha, no
mês passado, logo após apresentar o projeto, Serra disse
considerar "paternalismo
estatal" o Estado oferecer
programas antitabagistas.
De acordo com o tucano, o
papel do governo seria basicamente "educacional" para
"demonstrar os males que isso [fumar] faz".
Hoje, o Estado tem praticamente um único serviço
de ajuda aos fumantes, o Catrod (Centro de Referência
em Álcool, Tabaco e outras
Drogas), onde as filas de espera para tratamento superam um ano.
Na justificativa à emenda,
o deputado João Caramez
argumentou que, se a intenção do governo é a saúde pública, o Estado deveria, então, "dar o suporte terapêutico necessário para os fumantes, que ficarão privados de
fumar em praticamente todos os ambientes de uso coletivo".
Caramez disse não ver
motivos para um eventual
veto porque a proposta não
cria despesa, já que o Orçamento da Saúde teria condições de suprir essa demanda.
"O veto é um direito dele
[governador], fazer o quê?
Mas não custa a gente tentar", disse.
Para ser votado, o assunto
precisa ser discutido nos colégios dos líderes partidários, o que não tem data exata para ocorrer.
O líder do governo na Assembléia, o tucano Barros
Munhoz, antecipa que as
emendas mantidas serão
aprovadas. Ele admite, porém, não ter conversado com
Serra sobre a emenda do tratamento. "Fizemos um estudo e chegamos à conclusão
de que essas emendas mereciam ser aprovadas. E vamos
aprová-las", disse Munhoz.
Além da emenda de Caramez, outras 2 sugestões, das
17 apresentadas pelos parlamentares, foram mantidas.
As sugestões são do também
tucano Paulo Alexandre Barbosa e estabelecem um prazo de 90 dias para que a lei
entre em vigor após a sua publicação e que, nesse período, o governo faça uma ampla campanha educativa sobre o assunto.
A Secretaria de Estado da
Saúde informou que ninguém comentaria o assunto
por se tratar de "hipótese e
poder mudar". A reportagem
havia solicitado entrevista
com a diretora do centro,
Luizemir Wolney Lago, que,
segundo a pasta, também
acha não ser momento para
falar sobre o tema.
(ROGÉRIO PAGNAN)
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