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Operação policial deixa mais 7 mortos
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O quinto dia de operações policiais no Rio desde
a derrubada de um helicóptero da PM por traficantes teve ao menos sete
mortes e 17 prisões, segundo a PM, que fez incursões
a pelo menos dez comunidades do Estado. Dois moradores ficaram feridos.
Já são 33 mortes desde o
dia 17, quando traficantes
do CV (Comando Vermelho) oriundos do morro
São João (Engenho Novo,
zona norte) tentaram invadir o morro dos Macacos (Vila Isabel, zona norte), dominado pela facção
ADA (Amigo dos Amigos).
Desse total, três eram
policiais tripulantes do helicóptero e três eram inocentes. Os 27 supostos traficantes não tiveram identificação divulgada.
Em meio a crise, a Polícia Civil promoveu a troca
de postos de 30 delegados.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a
troca era programada e
não teve relação com os
ataques recentes.
Durante a madrugada
de ontem, a polícia matou
três supostos traficantes
nos morros do Juramento,
em Vicente de Carvalho, e
outro no Fallet, Catumbi,
região central.
No decorrer do dia, houve duas mortes nos morros Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio, e no
complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias,
na Baixada Fluminense.
Sem dormir
De acordo com a polícia,
cerca de 500 moradores
das favelas São João, Matriz e Cheiro, no Engenho
Novo, zona norte do Rio,
atravessaram a madrugada nas vias próximas, após
o rumor de que suas comunidades, sob o domínio
do CV, sofriam a invasão
de traficantes da facção rival ADA. Não houve tiros.
De manhã, cerca de 50
pessoas não tinham voltado para casa.
"Quando ouvi o pessoal
falando para descer, ir para a rua, pois o morro estava sendo invadido pelo
pessoal dos Macacos. Rapaz, foi uma noite de cão!
Tô sem coragem para voltar para casa", disse, por
volta das 11h30 de ontem,
o aposentado Raulino Carvalho, 64.
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