São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011 |
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WALTER CENEVIVA A mídia na nova era
HÁ PESSOAS que não se importam em ver sua manifestação de pensamento ou a de terceiros proibida em meios de comunicação social. Compõem o máximo da indiferença. Outras afastam toda proibição vinda do silêncio imposto pela força. O comentário não se destina a qualquer dos dois extremos, mas aos limites a obedecer por quem queira dar sua própria opinião, em seu grupo, fora dele e para pessoas que nem mesmo são suas conhecidas, seja qual for o meio utilizado, podendo responder por abuso, quando exceda os limites impostos pela Carta Magna. O ideal a ser buscado é claro. Não se aceita, observados os parâmetros de lei votada democraticamente, vedação que restrinja a liberdade da comunicação. Cabe-nos, portanto, enfrentar o modo do estruturar, na vida em comunidades, a questão da liberdade dos meios de comunicação, suas espécies e a relevância. A liberdade se filia ao direito de emitentes e destinatários de serem informados e, simultaneamente, protegidos da divulgação violadora. A garantia primeira está no impedimento absoluto de qualquer censura (Constituição, art. 220, e, em particular, seu § 3º). Na dificuldade entre as alternativas possíveis, predomine a liberdade da comunicação social, por ser do interesse de todos. A dificuldade na busca do equilíbrio é grande. Vivemos período de transição, no rumo de padrões radicalmente mudados, cuja avaliação ainda é confusa. O aparente tumulto no qual vivemos mostra tendências e gostos contraditórios, da burca e do véu ao uniquini e ao nudismo, marcados até por formas do conservadorismo rigoroso de associações religiosas do ocidente e de líderes político-religiosos do oriente. Há conflitos evidentes, mesmo abatidos os percentuais de insinceridade e hipocrisia nos dois lados. A liberdade de informações ajudará o equilíbrio. Nesta época da corrupção transformada em lugar comum, com políticos, ministros, religiosos, entre outros, atingidos e por atingir pelas acusações, há de se enfrentar o problema com vigor, sem descanso, mas sem complexos. O fenômeno é internacional. Há exemplos atualíssimos da Inglaterra e dos Estados Unidos, para ficar apenas em dois deles, sem falar nos países latinos, nos quais a mídia internacional busca seus exemplos de corrupção oficial. Hoje se mesclam o sentido da liberdade da manifestação e as dúvidas no separar o joio do trigo, no avaliar desvios dos poderosos nos governos e na iniciativa privada. Na ebulição transformadora avança a marcha de um novo Renascimento, nesta era perigosa e agitada, mas ao mesmo tempo de imensa criatividade. Se o século 20 assinalou o fim da história, estamos criando o tempo novo do futuro. O século 21 será o forno do qual sairá o novo direito, assim como se marcou o fim da Idade Média há seiscentos anos. Novíssimo, mesmo sem desconsiderar a sabença que nos veio dos últimos três mil anos, em particular no universo greco-romano. O futuro, como sempre, acertará o equilíbrio. Nenhuma razão substituirá a vontade daquele que enunciar suas idéias, desde que não restrinja a liberdade dos outros. No Brasil e pelo mundo a liberdade continua "fritando" políticos e não políticos no óleo quente da informação livre. O fogo deve continuar. Livremente, mas sem ferir os inocentes. Texto Anterior: Outro lado: Prefeitura diz que ampliou investimento antienchente Próximo Texto: Livros Jurídicos Índice | Comunicar Erros |
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