São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 2006

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Lembo rejeita outra vez proposta de alta no Metrô

Governador achou caro aumento para no mínimo R$ 2,50

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Cláudio Lembo (PFL) rejeitou a nova proposta de técnicos do Estado para reajustar a tarifa do Metrô e dos trens em SP para no mínimo R$ 2,50 e pediu estudos adicionais que postergam a definição sobre a passagem.
Lembo prevê que os novos valores sejam definidos no fim desta semana, quando ele analisará mais planilhas, para que passem a valer a partir do dia 2.
O prefeito Gilberto Kassab (PFL) já anunciou a alta da tarifa dos ônibus, de R$ 2 para R$ 2,30. Ela começaria a valer no dia 25, data alterada em seguida para a próxima terça, dia 28, devido à demora para o envio de planilhas completas à Câmara. Mas assessores do governo do Estado pressionam a prefeitura para que adie a medida por mais alguns dias, para que entre em vigor na mesma data do reajuste do metrô e de trens.
A Folha apurou que, embora insatisfeitos com Lembo, integrantes da cúpula do transporte municipal avaliam que essa é a tendência. Houve ainda a solicitação de vereadores de São Paulo para esse adiamento.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, admitiu ontem a preocupação com a possibilidade de os preços dos dois sistemas não subirem no mesmo dia, diferentemente do planejado.
Ele disse que "valeria a pena" "adiar alguns dias" a vigência da nova tarifa de ônibus e que Lembo poderia fazer a solicitação ao prefeito. O governador declarou que cada um tem autonomia de decisão, mas achava que Kassab seguraria a elevação. A assessoria deste não se manifestou sobre o assunto.
Uma das preocupações nas divergências de data está ligada ao bilhete único integrado. Ele custa R$ 3 e saltaria para R$ 3,30 inicialmente com a alta exclusiva dos ônibus. O problema é que, poucos dias depois, já precisaria ter novo reajuste, provavelmente para R$ 3,50, quando da definição do novo valor do metrô e dos trens.
Além de ter de reprogramar os sistemas eletrônicos e aumentar gastos com a divulgação, técnicos temem a confusão na cabeça dos usuários.
O fato de a passagem da rede sobre trilhos ficar temporariamente mais baixa do que a dos ônibus também é vista com preocupação no Estado pelo risco de atrair mais passageiros a linhas já saturadas do Metrô.

R$ 2,50
Lembo, que já havia recusado os primeiros estudos para a alta da tarifa, considerou "caro" o valor previsto pelas novas planilhas entregues pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, que previam um salto mínimo de R$ 2,10 para R$ 2,50, atingindo um teto de R$ 2,67. Membros do governo pefelista agora trabalham com a elevação para R$ 2,40.
O governador disse que vai se reunir com Fernandes novamente na próxima sexta e espera mandar na segunda-feira para a Assembléia Legislativa os informes da nova passagem.
A discussão sobre a tarifa abriu uma crise entre as gestões Lembo e Kassab. Os técnicos do município dizem que precisavam do reajuste com urgência, para equilibrar as contas, e que não poderiam ficar na dependência do governador, que não quer fixar prazos.
(ALENCAR IZIDORO E EVANDRO SPINELLI)


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