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Lembo rejeita outra vez proposta de alta no Metrô
Governador achou caro aumento para no mínimo R$ 2,50
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Cláudio Lembo (PFL) rejeitou a nova proposta de técnicos do Estado para reajustar a tarifa do Metrô e
dos trens em SP para no mínimo R$ 2,50 e pediu estudos adicionais que postergam a definição sobre a passagem.
Lembo prevê que os novos
valores sejam definidos no fim
desta semana, quando ele analisará mais planilhas, para que
passem a valer a partir do dia 2.
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) já anunciou a alta da tarifa dos ônibus, de R$ 2 para R$
2,30. Ela começaria a valer no
dia 25, data alterada em seguida para a próxima terça, dia 28,
devido à demora para o envio
de planilhas completas à Câmara. Mas assessores do governo do Estado pressionam a prefeitura para que adie a medida
por mais alguns dias, para que
entre em vigor na mesma data
do reajuste do metrô e de trens.
A Folha apurou que, embora
insatisfeitos com Lembo, integrantes da cúpula do transporte municipal avaliam que essa é
a tendência. Houve ainda a solicitação de vereadores de São
Paulo para esse adiamento.
O secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes, admitiu ontem a preocupação com a possibilidade de
os preços dos dois sistemas não
subirem no mesmo dia, diferentemente do planejado.
Ele disse que "valeria a pena"
"adiar alguns dias" a vigência
da nova tarifa de ônibus e que
Lembo poderia fazer a solicitação ao prefeito. O governador
declarou que cada um tem autonomia de decisão, mas achava que Kassab seguraria a elevação. A assessoria deste não se
manifestou sobre o assunto.
Uma das preocupações nas
divergências de data está ligada
ao bilhete único integrado. Ele
custa R$ 3 e saltaria para R$
3,30 inicialmente com a alta
exclusiva dos ônibus. O problema é que, poucos dias depois, já
precisaria ter novo reajuste,
provavelmente para R$ 3,50,
quando da definição do novo
valor do metrô e dos trens.
Além de ter de reprogramar
os sistemas eletrônicos e aumentar gastos com a divulgação, técnicos temem a confusão na cabeça dos usuários.
O fato de a passagem da rede
sobre trilhos ficar temporariamente mais baixa do que a dos
ônibus também é vista com
preocupação no Estado pelo
risco de atrair mais passageiros
a linhas já saturadas do Metrô.
R$ 2,50
Lembo, que já havia recusado
os primeiros estudos para a alta
da tarifa, considerou "caro" o
valor previsto pelas novas planilhas entregues pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, que previam um salto
mínimo de R$ 2,10 para R$
2,50, atingindo um teto de R$
2,67. Membros do governo pefelista agora trabalham com a
elevação para R$ 2,40.
O governador disse que vai se
reunir com Fernandes novamente na próxima sexta e espera mandar na segunda-feira para a Assembléia Legislativa os
informes da nova passagem.
A discussão sobre a tarifa
abriu uma crise entre as gestões Lembo e Kassab. Os técnicos do município dizem que
precisavam do reajuste com urgência, para equilibrar as contas, e que não poderiam ficar na
dependência do governador,
que não quer fixar prazos.
(ALENCAR IZIDORO E EVANDRO SPINELLI)
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