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Inquérito vai investigar obra no Incor DF
Apuração foi solicitada à Polícia Federal pelo Ministério Público Federal, que recebeu denúncia de irregularidades
Compra de material, escolha de fornecedores e uma demolição de parte de um prédio estão entre os pontos que serão investigados
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal em Brasília
abrirá inquérito nesta semana
para investigar possíveis irregularidades nas obras do Instituto do Coração da capital Federal, administradas pela Fundação Zerbini, a mesma entidade privada que gerencia o Incor
de São Paulo.
A investigação foi requisitada
no início do ano pelo Ministério Público Federal. O delegado
que recebeu o ofício da procuradoria não quis se manifestar
ontem sobre o caso.
A Zerbini acumula dívidas de
R$ 250 milhões, atribuídas pela
entidade privada e filantrópica
às obras do bloco 2 do Incor de
São Paulo. Segundo seu conselho curador, corre o risco de
quebrar se não conseguir ajuda.
Segundo denúncias recebidas pela procuradoria, o Incor
Brasília, viabilizado a partir de
convênio firmado em 2001 entre o Senado e a Câmara Federal e a Fundação Zerbini, gerou
a demolição, sem necessidade,
de parte do Hospital das Forças
Armadas na capital federal.
Os gastos, segundo os dados
recebidos pelos procuradores,
chegaram aos R$ 200 milhões e
teria ocorrido abuso na compra
de material hospitalar importado. Além disso, equipamentos
que sairiam por US$ 250 mil foram adquiridos a US$ 882 mil.
Teria ocorrido ainda preferência pelos fornecedores do Incor
de São Paulo.
O procurador da República
no Distrito Federal Pedro Machado, que cuida da área cível,
informou que requisitou a remessa de dados de uma auditoria que o Tribunal de Contas da
União realiza sobre as obras.
Anteontem, o Ministério Público do Distrito Federal informou que pedirá à Justiça que a
fundação devolva R$ 22 milhões à Secretaria de Saúde do
DF. O dinheiro seria referente a
despesas não comprovadas e a
gastos ilegais realizados no
Programa Família Saudável do
Distrito Federal, que foi gerenciado pela entidade.
A reportagem não conseguiu
ouvir o presidente da fundação,
Aldemar Sabino, a respeito da
abertura do inquérito. Mas a
entidade emitiu nota criticando o Ministério Público do Distrito Federal, que pediu a devolução dos R$ 22 milhões.
O conselho curador da fundação estuda deixar de administrar três AMAs (unidades de
atendimento médico ambulatorial) da prefeitura como forma de reduzir custos.
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