São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Unifesp desperdiça R$ 1,2 mi com aluguéis

Ministério Público Federal quer que a universidade explique irregularidades encontradas na locação de 12 imóveis

Controladoria Geral da União constatou que há prédios sem uso na Vila Clementino, onde fica o campus principal

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Entrada de prédio na r.Borges Lagoa alugado em junho de 2007 para abrigar Departamento de Dermatologia da Unifesp

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO

O Ministério Público Federal deu prazo de 20 dias úteis para que a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) explique desperdício de dinheiro público superior a R$ 1,2 milhão.
O valor é fruto de irregularidades constatadas em aluguéis de 12 imóveis localizados na Vila Clementino (zona sul de SP), onde fica o principal campus da instituição.
A CGU (Controladoria Geral da União) constatou a existência de imóveis alugados que, em vez de serem usados pela Unifesp para fins de ensino, pesquisa e extensão, permaneceram (ou permanecem) grandes períodos sem uso ou com uso muito abaixo da sua capacidade.
Também há casos em que o imóvel é alugado pela Unifesp, mas é utilizado pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina). A entidade privada é mantenedora do Hospital São Paulo -usado como campo de ensino da Unifesp.
Os problemas foram constatados em 2008 e alguns chegaram a 2010, mas até agora a Unifesp não apresentou os responsáveis. A Reitoria afirma que "todos os problemas estão sendo apurados.
Há casos incríveis, como o de um prédio na rua Borges Lagoa, nº 504 e 508, alugado em 15 de junho de 2007 para ser usado pelo Departamento de Dermatologia.
O imóvel até chegou a ser parcialmente ocupado em novembro de 2008, mas em condições tão precárias que foi necessário desocupá-lo para a realização de adaptações (como a instalação de rede hidráulica conforme determinação da Anvisa).
O resultado é que até semana passada, 41 meses depois que o prédio foi alugado, a Dermatologia ainda não usava o imóvel, apesar de cadeiras, computadores, salas de cirurgia e demais equipamentos já estarem instalados. Custo mensal do desperdício em valores atualizados: R$ 32.513,77.
Há muito mais: o prédio na rua Borges Lagoa, nº 219, foi alugado em 25 de maio de 2006 por R$ 11 mil. Em princípio, a locação visava à ampliação da área do Departamento de Otorrinolaringologia. Mas, uma vez alugado, o imóvel nunca foi ocupado. Foi devolvido em 15 de novembro de 2007 sem uso -18 meses de desperdício.
O imóvel da rua Francisco de Castro, nº 44, foi alugado em 21 de março de 2005 para a TV Unifesp. Até o início de 2009, quando a TV foi fechada, permaneceu desocupado. Em vez de devolvê-lo ao dono, a universidade o emprestou para o Diretório Central de Estudantes. Por fim, o imóvel foi devolvido em juízo em 26 de agosto de 2009 (o dono se negava a recebê-lo).


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