São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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Anac cria "puxadinho" contra caos aéreo

Brasília ganhará terminal metálico para voos do fim do ano, medida que pode ser estendida a outros aeroportos

Pacote será fechado hoje com novidades em relação a outros anos; Cumbica terá gestão única de órgãos federais

DO RIO
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Para evitar um novo caos aéreo nos terminais do país neste fim de ano, empresas aéreas e as principais entidades governamentais ligadas ao setor finalizam hoje, no Rio, um plano de contingência para o período.
Já está certo que no aeroporto de Brasília haverá um terminal extra, com estrutura metálica e com quatro portões de embarque adicionais.
O objetivo é reduzir o tempo de embarque e desembarque e o congestionamento da pista. A medida pode ser estendida a outros aeroportos.
Em Cumbica, o maior do país, deve ser criada uma autoridade aeroportuária unificada, para organizar filas e aeronaves no pátio. Sob supervisão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), serão reunidos nesse grupo Infraero, Polícia Federal, Receita e Vigilância Sanitária.
Além do aumento no volume de passageiros, que cresceu 25% de janeiro a outubro e deve manter o ritmo neste fim de ano, o maior número de frequentadores inexperientes nos aeroportos pode contribuir para atrasos.
"Há uma inclusão aérea no Brasil, a classe C está voando mais. Isso nos traz a obrigação de orientar passageiros sobre como é o processo em um grande aeroporto", diz Ruy Amparo, vice-presidente de Operações da TAM.
Amparo e representantes das outras cinco maiores aéreas do país -Gol, Avianca, Azul, Webjet e Trip- apresentarão hoje os planos para evitar caos nos terminais.
O evento, na sede da Anac, terá também Infraero (estatal que administra os aeroportos), Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
"Precisamos ver se as companhias têm condições de honrar os compromissos que estão assumindo e programar as operações nos aeroportos", disse o presidente da Infraero, Murilo Marques.

MAIS FUNCIONÁRIOS
Além das medidas inéditas -o "puxadinho" no aeroporto de Brasília e a criação da autoridade aeroportuária unificada-, estão previstas práticas comuns para períodos de demanda aquecida, como um maior número de aviões reservas e mais funcionários em terra e no ar.
Só a TAM contratou cerca de 600 pessoas para trabalhar nos aeroportos e 1.300 tripulantes. Também está na pauta a junção de operações entre as companhias aéreas.
Segundo Marques, devem ser relacionados os horários previstos de voos extras e de voos charter (fretados) para garantir o escalonamento e evitar congestionamentos. A estatal também está atenta à possibilidade de "overbooking" (quando as empresas vendem mais passagens do que os assentos disponíveis).
"Não haverá caos", garantiu na sexta, em Brasília, o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Na ocasião, ele reagiu à manifestação da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo), que classificou como "desastrosa" a situação atual dos aeroportos brasileiros. "Essa visão terrorista estabelecida pela Iata é meramente uma manifestação do setor comercial."
Neste ano, o passageiro já enfrentou ondas de cancelamentos de voos em dois episódios envolvendo a Webjet e a Gol, cujas tripulações excederam as horas de voo mensais permitidas.
O setor vive forte aquecimento, impulsionado pelo aumento da renda, do crédito e pelo dólar barato.


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