São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

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Rio prende 2 vereadores acusados de integrar milícia

Ao todo, operação com 200 policiais prendeu 25 suspeitos em Duque de Caxias

Acusações incluem 50 homicídios, extorsão, exploração de TV a cabo e internet clandestinas, além de jogo ilegal

FELIPE CARUSO
DO RIO

Uma operação que envolveu 200 policiais civis do Rio prendeu ontem 25 pessoas acusadas de fazer parte da mais antiga milícia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A quadrilha, estruturada desde 2007 e conhecida como "Família É Nós", é suspeita de mais de 50 homicídios na região, extorsão, venda de gás, exploração de TV a cabo e internet clandestinas e máquinas caça-níqueis. A polícia estima que o grupo lucrava R$ 300 mil por mês.
As investigações começaram há seis meses. Escutas telefônicas indicam que o grupo vendia armas para traficantes das favelas do Complexo do Alemão, na zona norte, ocupadas pelo Exército desde 28 de novembro.
Para Alexandre Capote, delegado da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), que coordenou a operação, a investigação mostra que não há competição entre tráfico e milícia.
"Fez cair por terra aquela visão utópica, romântica e ingênua de que a milícia é um mal necessário e uma autodefesa da comunidade. A milícia nada mais é do que uma empresa criminosa."
Apontados como líderes da milícia, os vereadores Jonas Gonçalves da Silva, PM reformado conhecido como Jonas é Nós (PPS), e Sebastião Ferreira da Silva, o Chiquinho Grandão (PTB), foram presos em suas casas.
Procurados pela reportagem, os advogados de ambos não foram localizados.
O filho de Jonas e ex-policial militar Éder Fábio Gonçalves da Silva, conhecido como Fabinho é Nós, também foi preso sob acusação de chefiar o bando.
A Câmara Municipal de Duque de Caxias divulgou em nota que acompanha as investigações para decidir se afasta os vereadores. Ao todo, foram 34 mandados de prisão e 51 de busca e apreensão, inclusive no gabinete dos parlamentares.
Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada estão 13 PMs, quatro ex-PMs, um terceiro-sargento do Exército, um fuzileiro naval, um ex-fuzileiro naval e um comissário da Polícia Civil.
Três PMs e o comissário ainda estão foragidos. Todos responderão a ação penal pela acusação de crime de quadrilha armada. A pena pode chegar a 12 anos de prisão.


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