São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

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VIOLÊNCIA

Em Santa Cruz, morreram 9 em chacina; na Maré, 5, em tiroteio com PM

Confrontos deixam 14 mortos no Rio

FABIANA CIMIERI
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Quatorze pessoas foram assassinadas entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem em duas matanças relacionadas ao tráfico de drogas, ocorridas em diferentes pontos do Rio de Janeiro.
Na favela Três Pontes, em Santa Cruz (zona oeste), cinco homens e uma mulher foram mortos, segundo a polícia, por causa da disputa entre as facções rivais TCP (Terceiro Comando Puro) e ADA (Amigo dos Amigos).
No início da noite, mais três corpos foram encontrados. A polícia acredita que as mortes sejam decorrentes do confronto. Até a conclusão desta edição, apenas um deles havia sido identificado: Jonathan de Souza Silva, 19.
No complexo de favelas da Maré (zona norte), cinco supostos traficantes morreram em um tiroteio com policiais militares. A matança ocorreu 24 horas depois de outra troca de tiros na favela, próximo da Linha Amarela, na noite de terça, que teve um morto.

Chacina
Os mortos na favela Três Pontes foram identificados como Ademir de Souza Nunes, 53, Tiago da Silva Nunes, 18, Flávio da Silva Nunes, 22, Rafael de Lima Mendes, 18, Vagner Souza Moraes, 22, e Flor de Liz Souza, 30. A polícia afirmou que pelo menos Mendes, Silva Nunes e Moraes têm envolvimento com o tráfico.
Flor de Liz foi morta na frente dos três filhos -um menino de oito anos e duas meninas, uma de cinco e outra de seis. Esta diz que dois homens entraram na casa, atiraram no telefone e depois mataram a mãe.
O tiroteio na Maré começou por volta das 23h de anteontem. Cinco supostos traficantes foram mortos e duas pessoas ficaram feridas, entre elas uma criança de 11 anos, no confronto entre PMs e traficantes de Vila do João e do Conjunto Esperança. Por ordem dos criminosos, o comércio fechou ontem em sinal de luto.
Segundo o comandante do 22º BPM, tenente-coronel Álvaro Garcia, o tiroteio durou cerca de 40 minutos e começou quando 15 PMs, durante uma ronda a pé, se depararam com um grupo de cerca de dez traficantes armados.
Garcia disse que o tiroteio foi um reflexo do aumento do policiamento após uma morte na terça: de cem para 240 à noite. Até a conclusão desta edição, um morto -o traficante Carlos Eduardo Néri da Conceição, o Macumba- havia sido identificado.


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