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Ladrões se disfarçam de policiais em roubo no Rio
Grupo usou roupas e até veículos com logotipos falsos da PF para assaltar pedágio
Assaltantes levaram R$ 75 mil; houve perseguição, colisões e troca de tiros na rodovia Washington Luiz , mas ninguém foi preso
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Disfarçados de agentes da
Polícia Federal e até usando
dois carros com logotipos falsos da PF, um grupo de 12 homens com fuzis e pistolas assaltou na noite de anteontem o
posto de pedágio no km 104 da
rodovia Washington Luís (Rio-Juiz de Fora), em Xerém, distrito de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
Eles vestiam roupas de policiais federais e abordaram os
funcionários dizendo que tinham que cumprir mandados
de busca e apreensão. O grupo
chegou perguntando pelo tesoureiro, que não estava no local, o que leva a polícia a investigar a participação de funcionários da Concer, concessionária que administra a rodovia.
Alegaram que a empresa era
investigada por lavagem de dinheiro. Antes de deixar o local,
ainda obrigaram dois funcionários a entrarem nos carros falsos (uma Blazer e uma picape),
alegando que tinham que prestar depoimento na delegacia.
O grupo recolheu cerca de R$
75 mil dos caixas e de um dos
cofres. Segundo a Polícia Civil,
eles seriam do complexo de favelas do Alemão (zona norte).
Nenhum suspeito foi preso.
Os dois reféns foram identificados como Carlos Eduardo
Saar (assistente de supervisão)
e Edmilson Soares (chefe de segurança), que teve o revólver
roubado. Ambos não falaram. A
Concer não se pronunciou.
A Concer acionou a Polícia
Militar e a Polícia Rodoviária
Federal, que passaram a perseguir os dois carros falsos, além
de um outro, um Pólo, pela pista sentido Rio da rodovia. Houve troca de tiros.
Na altura do km 124, a Blazer
bateu na traseira de um Monza
ocupado por um casal e uma
criança de 8 anos, que capotou.
Com a colisão, os ladrões pularam para a caçamba da picape
e largaram os reféns. A perseguição e o tiroteio continuaram. Os criminosos acabaram
batendo a picape em uma passarela da Washington Luís.
Eles então desceram e fugiram
em direção à favela Beira-Mar.
A comunidade foi cercada
pelos PMs e patrulheiros rodoviários. Houve confrontos durante a madrugada e um suposto traficante acabou morto. A
polícia não sabe se ele tem ligação com o caso.
Clone
Os carros tinham emblemas
da PF na frente, nas laterais e
na traseira. Foram pintados de
preto para ficarem parecidos
com os da corporação. Um deles tinha uma placa clonada da
própria instituição. A PF também participa da investigação.
Segundo o delegado Luiz Sérgio Góis, haveria no Rio uma
quadrilha especializada em clonagem de carros policiais para
crimes. Em agosto, um grupo
assaltou o bingo Botafogo (zona sul) e utilizou dois veículos
parecidos com os da PF.
Em dois dias, foi a segunda
ação criminosa na rodovia. No
sábado, em Petrópolis (região
serrana), um grupo assaltou
um ônibus que seguia para Manhomirim (MG). A rodovia está
sendo ocupada pela Força Nacional de Segurança na altura
da divisa do Estado com Minas.
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