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Motos novas poluem pelo menos seis vezes mais que carros, afirma a Cetesb
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Motos novas poluem no mínimo seis vezes mais que os
carros novos, segundo a Cetesb
(agência ambiental paulista).
Motos mais antigas, entretanto, podem poluir ainda mais.
De acordo com Homero Carvalho, gerente da Cetesb, em
março de 2007 as motos representavam 11% da frota da região metropolitana de SP e
emitiam 16% do total de todo o
monóxido de carbono da área.
Segundo ele, uma moto nova
emite em média 2,3 gramas de
monóxido de carbono por km
rodado enquanto um carro novo emite 0,34 gramas -ou seja,
a moto polui seis vezes mais. "É
bastante significativo", disse.
Tanto a Cetesb quanto a
Abraciclo (associação brasileira dos fabricantes de motocicletas) afirmam que os carros
têm tecnologia mais evoluída e
emitem menos poluentes porque o Proconve (programa federal de controle da poluição
por veículos) existe há 20 anos.
Já o Promot (programa de
controle da poluição por motos) foi criado em 2003. Por isso, parte das motos existentes
emitem 5 gramas do poluente
(exigência atual do Promot) e
as fabricadas antes de 2003
emitem 13 gramas ou mais.
Para reduzir as emissões, é
preciso pôr catalisadores em
todas as motos -hoje, as as de
baixa cilindrada normalmente
não possuem esse item. Outro
passo será trocar os carburadores por injeção eletrônica.
Segundo a Abraciclo, as mudanças irão encarecer a produção e o preço final das motos.
De acordo com o Detran, desde 2000 a frota de motos no Estado de São Paulo cresceu
103,43% e, na capital, 74,2%.
Segundo o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, as motos também deveriam passar por uma inspeção para medir quanto poluem
-porque têm impacto na saúde
humana e também geram gases
de efeito estufa. A inspeção começará neste ano na cidade para veículos pesados e, em 2009,
entram os carros. As motos estão fora do processo.
Segundo o secretário, é preciso que o Conselho Nacional do
Meio Ambiente regulamente
os limites de emissões das motos para que elas possam entrar
na inspeção. "Em 2005, 2006 e
2007 mandei ofício para a ministra Marina Silva [Meio Ambiente] e para o conselho pedindo que regulamentem os
padrões. Infelizmente, até hoje
não tive resposta."
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