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Segurança do Pan teve mais verba que Estados
Em 2007, União repassou R$ 418 mi de fundo nacional de segurança para os Jogos no Rio; demais Estados receberam R$ 250 mi
Secretário Nacional de Segurança Pública diz que Estados têm cota mínima e podem ter mais recursos por meio de projetos e emendas
MARCELO BERABA
DA SUCURSAL DO RIO
Os Jogos Pan-Americanos do
Rio consumiram 63% do orçamento do Fundo Nacional de
Segurança Pública no ano passado. Foram R$ 418 milhões.
Com isso, restaram apenas R$
250 milhões para os programas
estaduais e municipais de prevenção e combate à criminalidade. Foi mais do que em 2006
(R$ 199,7 milhões), mas bem
menos do que em 2003 (R$
315,2 milhões).
Para efeito de comparação, o
valor equivale aos novos investimentos feitos com orçamento
próprio por apenas duas secretarias de Segurança, as de São
Paulo e do Rio, em 2007. Como
o governo demorou a aprovar
os convênios -os primeiros foram liberados em novembro-,
eles só serão implantados de fato em 2008.
O FNSP (Fundo Nacional de
Segurança Pública) é gerido pela Senasp (Secretaria Nacional
de Segurança Pública), do Ministério da Justiça. No total dos
gastos estão incluídos os convênios (em que Estados e municípios recebem dinheiro para
os programas que apresentam)
e carros policiais e equipamentos comprados diretamente pelo ministério e repassados para
as secretarias de Segurança e
para as prefeituras.
Os maiores repasses foram
para o Rio, em razão do Pan. O
segundo Estado mais beneficiado foi São Paulo, com R$
34,5 milhões, seguido do Ceará
(R$ 25,5 milhões), do Espírito
Santo (R$ 22,9 milhões), do Rio
Grande do Sul (R$ 18 milhões),
de Minas (R$ 17,6 milhões) e do
Piauí (R$ 16,8 milhões).
Desigual
A distribuição dos recursos
federais foi desigual. Excluídos
os repasses para o Pan do Rio,
seis Estados (SP, CE, ES, RS,
MG e PI) abocanharam 54%
das verbas.
Estados menores como o Espírito Santo (3,3 milhões de habitantes) e o Piauí (3 milhões)
receberam muito mais recursos que Estados como Bahia,
que tem 14 milhões de habitantes e obteve R$ 10,3 milhões de
ajuda, e Pernambuco, com 8,4
milhões de habitantes e que recebeu R$ 10,5 milhões. Aplicado o critério de repasse per capita, um capixaba recebeu em
média R$ 6,83 do governo federal para segurança pública, enquanto os vizinhos baianos, R$
0,73.
A distribuição também pode
ser contestada pelo critério de
criminalidade. Pela taxa de homicídio por 100 mil habitantes,
o Rio (112,6) e o Espírito Santo
(95,4) estão em primeiro e terceiro lugares, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (www.
forumseguranca.org.br) com
dados de 2004.
Mas o Piauí, que recebeu a
sexta maior verba do FNSP,
tem o segundo menor índice de
homicídios (19,3 por 100 mil
habitantes). Pernambuco, que
tem a segunda maior taxa nacional de homicídio (99,4), recebeu 63% do que foi aprovado
para o Piauí.
Cota mínima
De acordo com o secretário
da Senasp, Antônio Carlos Biscaia, todos os Estados têm uma
cota mínima fixada por meio de
critérios que envolvem população, desenvolvimento social e
índices de criminalidade, entre
outros.
Alguns Estados conseguem
ajudas além da cota fixa por
projetos afinados com as diretrizes da Senasp e da aprovação, pelo conselho do FNSP, de
emendas parlamentares.
Além disso, conta muito, segundo o secretário, o empenho
dos Estados e municípios no
acompanhamento da avaliação
dos projetos.
São Paulo
A Secretaria de Segurança
Pública de São Paulo recebeu
do governo federal em 2007 R$
14,2 milhões para 15 programas, como o reaparelhamento
do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), a intensificação
do Programa Rondas Ostensivas, com apoio de motocicletas,
vários projetos para a modernização do Núcleo de Toxicologia
Forense e o aprimoramento do
suporte da Base de Dados Criminais que alimenta a inteligência policial.
O valor total de recursos destinados ao Estado, incluindo os
convênios com os municípios e
os envios de carros e equipamentos, foi de R$ 34,5 milhões,
que equivalem a apenas a 16,6%
do que o Estado fez de novos investimentos em segurança pública em 2007 com recursos
próprios (R$ 207,6 milhões).
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