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Macaé, no Rio, fica sitiada após ataques
Capital do petróleo intensificou policiamento nas ruas e manteve favela cercada durante todo o dia
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ
Conhecida como a "capital
do petróleo", a cidade de Macaé
(188km do Rio) acordou ontem
"sitiada". Policiais militares andavam apenas em comboio à
noite, ônibus alteraram suas
rotas ao final da tarde e empresas liberaram seus funcionários mais cedo, temendo mais
uma ação de criminosos.
A transferência de traficantes e armamentos da capital para favelas da região resultou esta semana em uma forte reação
a operação da polícia na comunidade Nova Holanda, próximo
à praia da cidade.
Cinco ônibus foram queimados e, segundo comerciantes,
homens armados circularam
no centro da cidade determinando o fechamento das lojas.
O clima de terror na cidade começou no sábado. O policiamento nas ruas foi reforçado e a
favela é mantida cercada. Não
houve registro de troca de tiros.
A polícia atribui o pânico espalhado em parte da cidade a
"boatos" e "terror psicológico"
imposto por traficantes.
Não é o que conta a vendedora Dilséia Silva, 37. "Um homem passou armado em frente
à loja. Meu marido me trouxe
hoje [ontem] ao trabalho e vem
me buscar mais cedo", disse.
O Bope (Batalhão de Operações Especiais) enviou 25 homens do Rio para a cidade, no
norte fluminense, para a operação na favela, à procura do traficante Rogério Rios Mosqueira. Conhecido como "Roupinol", ele é chefe do tráfico dos
morros da Mineira e São Carlos, no centro do Rio, e tem família em Macaé, para onde voltou, segundo moradores, há
cerca de um ano.
Macaé tem sido vítima de um
aumento vertiginoso da violência. Em trabalho elaborado pela
Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação,
Ciência e Cultura) a cidade foi a
nona em taxa de mortalidade
por homicídios no país.
Para o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada de
Macaé, o coronel Edmilson Jório, o aumento no número de
estrangeiros que frequentam a
cidade em função das plataformas de petróleo que estão na
região pode ter intensificado o
mercado da droga em Macaé.
Ele afirmou que a presença
de Roupinol na região dificulta
o trabalho da polícia. "Ele é
uma pessoa que vem de áreas
de conflito", disse. O setor de
inteligência da Polícia Civil recebeu informações de que traficantes das favelas do Rio onde o
criminoso age estão sendo recrutados para atuar em Macaé.
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