São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999

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"De certa maneira,sou doente", diz acusado

free-lance para a Folha Campinas

O biólogo e monitor de acampamento Leonardo Chaim disse, em entrevista coletiva à imprensa ontem, na Delegacia Seccional de Bragança Paulista, que usava a Internet na tentativa de encontrar uma explicação para o que sentia.
"Poucas pessoas entendem isso", disse ele. Chaim afirmou que se considera uma pessoa "fora do padrão da sociedade". "Não posso dizer que sou normal. De certa maneira, eu sou doente."
Ele disse que não comercializava o material fotográfico que tinha, com fotos de crianças.
"Nunca coloquei as fotos na Internet. Só queria ter uma lembrança dos meninos", afirmou.
O biólogo disse que começou a sentir atração por meninos aos 11 anos de idade. Aos 13 anos, ele passou a fazer fotos. "Mas não me recordo exatamente qual foi a primeira", afirmou ele.

Base
Ele disse que nunca sofreu trauma ou frustração sexual. Chaim afirmou que estuda pedofilia porque precisa entender o que sente, e tanta encontrar "uma base para se apoiar".
Chaim também disse que coleciona objetos dos meninos que conheceu.
"Comecei a colecionar cuecas por fetiche. Elas me faziam lembrar dos meninos e eu as usava para me masturbar. Hoje já não uso mais."
Segundo ele, a atração sexual que sente não é pelo corpo dos meninos, mas pela personalidade da crianças.
Ele disse que nunca usou de violência com as crianças e que não procurou trabalho em acampamentos para ficar próximo dos meninos.
"Os acampamentos estão relacionados com o meu trabalho", afirmou o biólogo.

Pais
Ele disse que seus pais, com quem mora em São Paulo, não sabiam que ele é pedófilo.
Chaim disse que não faz idéia de quantos meninos fotografou e filmou, mas reconhece ter acariciado pelo menos dois garotos.
"Eu não tinha o consentimento deles. Eles estavam sempre dormindo e eu tinha a preocupação de fazer com que a criança não fosse afetada."



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