São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007 |
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Nasce filho do cobrador morto na cratera Gastos com bebê de Wescley Ferreira da Silva, morto há 41 dias, foram pagos pelo Consórcio Via Amarela
KLEBER TOMAZ DA REPORTAGEM LOCAL Quarenta e um dias após o maior acidente da história do Metrô de São Paulo, que deixou sete mortos no canteiro de obras da linha-4 amarela da futura estação Pinheiros, a estudante Thaís Ferreira Gomes, 20, voltou a sorrir. Nasceu ontem às 11h19, de cesariana, Kauã Ferreira da Silva, seu filho com o cobrador Wescley Ferreira da Silva, 22, uma das sete vítimas da tragédia em 12 de janeiro. Wescley e mais três pessoas estavam dentro do microônibus sugado pela cratera que se abriu na rua Capri, após o desmoronamento de um dos túneis da obra. "Eu agora estou alegre. É o melhor momento da minha vida. O Kauã veio para amenizar minha dor", declara Thaís, com a voz embargada, em um dos quartos do hospital Sepaco, na Vila Mariana (zona sul). Mesmo na fase final da gravidez, Thaís passou uma semana acompanhando o trabalho dos bombeiros nas buscas. Ela só deixou o local do acidente quando soube que haviam encontrado o corpo de Wescley. "O Kauã não vai substituir o Wescley nunca, mas vai preencher aquele espacinho que estava triste em mim", diz Thaís, sobre o filho, que nasceu saudável (2,9 kg e 48 cm). Mãe e bebê passam bem. As despesas com o nascimento de Kauã, assistência médica e até o enxoval foram pagos pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela obra. Na próxima semana, o consórcio irá propor o valor da indenização para a família de Wescley. "Ele tem a orelha e os olhos do pai, mas a boca e o queixo são da mãe", disse a avó paterna, Elenilda Adriano. Um dos sonhos de Wescley era que seu filho torcesse pelo Palmeiras. "Sou corintiana, mas não vou interferir", brincou Thaís. Texto Anterior: Congonhas: Anac planeja recurso para garantir pousos Próximo Texto: Violência: Policial suspeito de chefiar milícia é assassinado no Rio Índice |
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