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São Paulo
Mocidade encanta Anhembi com enredo sobre coração
Escola destaca-se na noite das favoritas, que tiveram dificuldades, mas seguem com chances
Vai-Vai, Gaviões e Império da Casa Verde enfrentaram problemas na evolução ou recepções frias; carro de 55 m com tigre roubou a cena
Joel Silva/ Folha Imagem
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Danielle Romani à frente da bateria da Império da Casa Verde, que desfilou na 2ª noite do Carnaval de SP com enredo sobre seus 15 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
As escolas de samba do Carnaval de São Paulo detentoras
dos últimos oito títulos encerraram os desfiles no Anhembi
na madrugada de domingo novamente como favoritas -com
destaque para a Mocidade Alegre. Se Vai-Vai, Gaviões da Fiel
e Império de Casa Verde tiveram ou dificuldades para manter a evolução dos componentes ou recepções frias do público, a Mocidade encontrou equilíbrio entre técnica e empatia.
Com um enredo sobre o coração, a Mocidade encantou o
público com sua bateria coreografada, que performava um
coração na avenida. Trouxe
tanto um carro sobre o órgão,
com uma trupe de artistas circenses saltando em uma cama
elástica e fazendo acrobacias,
quanto um sobre o símbolo do
amor, o Moulin Rouge -"cenário de paixões"- e suas seis
dançarinas de cancã.
Mas o que realmente roubou
a cena no Anhembi foi o carro
de 55 m de comprimento da
Império de Casa Verde, que fechou o Carnaval de São Paulo
com um tigre de 14 m -ele usava até uma espécie de trem de
pouso para se movimentar e
rugia a cada minuto na avenida.
A escola, que prometera dois
bolos gigantes para serem comidos (e que não foram vistos),
afirma ter sido esse o maior
carro da história do Carnaval. A
agremiação, na celebração de
seus 15 anos, falou de feriados.
Após ficar de fora do Grupo
Especial duas vezes nos últimos cinco anos, a Gaviões da
Fiel fez um desfile técnico, repleto de efeitos especiais -havia até um globo da morte no
maior dos carros, com dois motociclistas. Mas a escola, frequentemente aclamada pela
arquibancada, neste ano obteve
uma recepção morna.
Carros acoplados
Já a Vai-Vai, que tenta o bicampeonato com seu enredo
sobre a saúde, agradou o público, que agitava em massa as milhares de bandeiras distribuídas momentos antes e cantou o
samba-enredo durante a paradinha da bateria e o silêncio dos
puxadores.
Mas a escola acabou apressando os componentes na metade do desfile -seu abre-alas,
com quatro carros acoplados,
foi retardado por algumas alas e
até pelas baianas e empurrado
aos gritos para a dispersão.
A comissão de frente, formada por homens vestidos de animais com uma espécie de falo
em riste, que cercavam uma bela passista, arrancou aplausos.
E havia alas ricas (uma inteira
com penas de pavão) e carros
com alegorias articuladas (um
com a deusa da varíola mexia
da cabeça aos dedos). No último, sobre superação, havia destaques como o músico João
Carlos Martins.
As mais simples
A Acadêmicos do Tucuruvi
trouxe um desfile simples, porém criativo, sobre a história de
Ouro Preto (MG). O que chamou a atenção foram os anjos
(referência à obra do escultor
Aleijadinho), tanto nos destaques dos carros, suspensos por
cabos de aço, quanto na comissão de frente, com meninas angelicais fazendo acrobacias.
Primeira a entrar na avenida
no sábado, a Leandro de Itaquera fez o desfile menos luxuoso da noite, com carros pequenos e menos adereços. A escola teve que correr para terminar seu desfile sobre periferia,
mas agradou o público -a começar pela presença ovacionada de Regina Casé. Também
despertou a atenção o "carro do
creu", que misturou Cristo Redentor, forró e funk.
E a Pérola Negra, segunda a ir
para a avenida, também passou
por corre-corre, empurra-empurra e muito choro depois de
empacar a entrada do terceiro
carro, que bateu numa torre da
TV Globo e prejudicou a evolução. Mas seu enredo sobre a
busca da pérola sagrada no reino do deus Surya, com destaque para a réplica de Taj Mahal
no último carro, também animou o sambódromo.
De acordo com a Liga, nenhuma escola cometeu infrações que acarretassem perda de
pontos. A escola campeã do
Carnaval de São Paulo será conhecida na tarde de amanhã.
(WILLIAN VIEIRA, ALENCAR IZIDORO, ALESSANDRA BALLES, EVANDRO SPINELLI e RICARDO SANGIOVANNI)
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