São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

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Prédio de Higienópolis sofre arrastão

Pelo menos dez moradores foram feitos reféns na ação e um deles foi agredido; quatro apartamentos foram invadidos

Grupo invadiu prédio na rua Piauí por volta das 20h30 de sábado e fugiu levando R$ 15 mil em joias, R$ 1.000 em dinheiro e eletrônicos

LUIS KAWAGUTI ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao menos dez moradores foram feitos reféns -um deles foi agredido- por assaltantes que fizeram um arrastão na noite de anteontem em um prédio de luxo em Higienópolis (centro).
Eles invadiram quatro apartamentos -avaliados em cerca de R$ 1,5 milhão cada um- e fugiram levando as gravações do circuito interno de segurança. Os moradores, abalados, não quiseram comentar a ação. Alguns nem foram à delegacia registrar a ocorrência. A polícia disse não ter, até a noite de ontem, pistas do grupo.
O arrastão ocorreu entre as 20h30 e as 22h10, na rua Piauí. O porteiro do edifício -que não teve o nome divulgado- disse à polícia que, por volta das 20h30, abriu o portão de serviço para a saída de um morador.
Nesse momento, um homem armado invadiu o prédio e anunciou o roubo. O criminoso abriu o portão principal e, por celular, chamou outros três comparsas. Segundo a PM, um dos criminosos manteve um funcionário refém na guarita.
Um médico de 49 anos foi rendido ao descer ao térreo e levado para o décimo andar. A cobertura teve a porta arrombada e objetos roubados.
O morador, que é promotor de Justiça e síndico do prédio, estava viajando.
PMs dizem acreditar que os ladrões tinham informações sobre os moradores e que o promotor seria o principal alvo.
Os bandidos seguiram então com o médico para o seu apartamento, localizado no oitavo andar, onde seus familiares foram feitos reféns.
"Os criminosos perguntaram onde estava o cofre da casa e ele disse que não havia, por isso, foi agredido com socos", afirmou o delegado Benedito Anselmo da Silva Neto, do 4º Distrito Policial (Consolação).
Os bandidos levaram R$ 15 mil em joias e R$ 1.000 em dinheiro e aparelhos eletrônicos.
O prédio tem dez pavimentos, com um apartamento de 444 m2 por andar.
Sem saber do roubo, por volta das 20h50, uma empregada doméstica tentou deixar o prédio, mas foi rendida. Logo em seguida, um desenhista que chegava em casa também virou refém. Um criminoso desceu para buscá-los e levar ao oitavo andar. Depois todos foram ao terceiro andar, onde a empregada trabalha. Lá, os criminosos tentaram arrombar um cofre e levaram R$ 2.000.
Um vigilante que chegava para trabalhar foi rendido às 22h. Antes de fugir, às 22h10, os criminosos roubaram um monitor e uma fita com imagens do circuito de segurança. Segundo testemunhas, eles fugiram em um Ford Fiesta preto dirigido por um quinto criminoso.
A polícia tem pelo menos duas linhas de investigação. Uma delas segue a versão da PM: de que eles tinham um alvo específico, mas acabaram roubando outros imóveis pelas circunstâncias.
A outra é que trata-se de uma quadrilha sem muita experiência nesse tipo de ação (devido ao pequeno número de criminosos, que puderam dominar poucos apartamentos, pois nem todos estavam armados).
A polícia prepara retratos falados do grupo com base em depoimentos. Uma chave e uma camiseta esquecidos pelos ladrões passarão por perícia.


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