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Prédio de Higienópolis sofre arrastão
Pelo menos dez moradores foram feitos reféns na ação e um deles foi agredido; quatro apartamentos foram invadidos
Grupo invadiu prédio na rua
Piauí por volta das 20h30 de
sábado e fugiu levando
R$ 15 mil em joias, R$ 1.000
em dinheiro e eletrônicos
LUIS KAWAGUTI
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao menos dez moradores foram feitos reféns -um deles foi
agredido- por assaltantes que
fizeram um arrastão na noite
de anteontem em um prédio de
luxo em Higienópolis (centro).
Eles invadiram quatro apartamentos -avaliados em cerca
de R$ 1,5 milhão cada um- e
fugiram levando as gravações
do circuito interno de segurança. Os moradores, abalados,
não quiseram comentar a ação.
Alguns nem foram à delegacia
registrar a ocorrência. A polícia
disse não ter, até a noite de ontem, pistas do grupo.
O arrastão ocorreu entre as
20h30 e as 22h10, na rua Piauí.
O porteiro do edifício -que não
teve o nome divulgado- disse à
polícia que, por volta das
20h30, abriu o portão de serviço para a saída de um morador.
Nesse momento, um homem
armado invadiu o prédio e
anunciou o roubo. O criminoso
abriu o portão principal e, por
celular, chamou outros três
comparsas. Segundo a PM, um
dos criminosos manteve um
funcionário refém na guarita.
Um médico de 49 anos foi
rendido ao descer ao térreo e
levado para o décimo andar. A
cobertura teve a porta arrombada e objetos roubados.
O morador, que é promotor
de Justiça e síndico do prédio,
estava viajando.
PMs dizem acreditar que os
ladrões tinham informações
sobre os moradores e que o
promotor seria o principal alvo.
Os bandidos seguiram então
com o médico para o seu apartamento, localizado no oitavo
andar, onde seus familiares foram feitos reféns.
"Os criminosos perguntaram
onde estava o cofre da casa e ele
disse que não havia, por isso, foi
agredido com socos", afirmou o
delegado Benedito Anselmo da
Silva Neto, do 4º Distrito Policial (Consolação).
Os bandidos levaram R$ 15
mil em joias e R$ 1.000 em dinheiro e aparelhos eletrônicos.
O prédio tem dez pavimentos, com um apartamento de
444 m2 por andar.
Sem saber do roubo, por volta das 20h50, uma empregada
doméstica tentou deixar o prédio, mas foi rendida. Logo em
seguida, um desenhista que
chegava em casa também virou
refém. Um criminoso desceu
para buscá-los e levar ao oitavo
andar. Depois todos foram ao
terceiro andar, onde a empregada trabalha. Lá, os criminosos tentaram arrombar um cofre e levaram R$ 2.000.
Um vigilante que chegava para trabalhar foi rendido às 22h.
Antes de fugir, às 22h10, os criminosos roubaram um monitor e uma fita com imagens do
circuito de segurança. Segundo
testemunhas, eles fugiram em
um Ford Fiesta preto dirigido
por um quinto criminoso.
A polícia tem pelo menos
duas linhas de investigação.
Uma delas segue a versão da
PM: de que eles tinham um alvo específico, mas acabaram
roubando outros imóveis pelas
circunstâncias.
A outra é que trata-se de uma
quadrilha sem muita experiência nesse tipo de ação (devido
ao pequeno número de criminosos, que puderam dominar
poucos apartamentos, pois
nem todos estavam armados).
A polícia prepara retratos falados do grupo com base em
depoimentos. Uma chave e
uma camiseta esquecidos pelos
ladrões passarão por perícia.
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