São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

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Nordestino afirma que foi espancado perto da Paulista

Empresário diz que andava na rua da Consolação com a alameda Santos quando foi agredido por seis jovens

João Batista disse que ouviu "ele é nordestino, bate'; vítima teve uma costela quebrada e quatro fraturas na face
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Um empresário de 59 anos afirma que foi espancado na madrugada do último domingo na região da avenida Paulista por ao menos seis jovens que ele diz não conhecer. Segundo a vítima, as agressões aconteceram porque ele é nordestino.
A vítima, o maranhense João Batista Reis Freitas, diz que foi agredido quando passava a pé pelo cruzamento da rua da Consolação com a alameda Santos, no Jardim Paulista (zona oeste).
Enquanto levava chutes e porradas na cabeça e nas costelas, o empresário afirma que escutava alguém gritar: "Ele é nordestino, bate!"
"Não tentaram me roubar nem me disseram nada antes das agressões. Simplesmente começaram a me bater sem nenhum motivo."
De acordo com o empresário, os ataques só terminaram quando uma pessoa, que ele acredita ser um segurança que atua na região, interveio e os agressores se assustaram fugindo a pé.
A vítima, que voltava de uma confraternização com amigos em um bar na Bela Vista, só percebeu a gravidade dos ferimentos ao chegar em casa, em Pinheiros.
"Ele estava com o rosto todo ensanguentado e se assustou quando se viu no espelho", disse sua filha, a vendedora Pâmela Freitas, 26.
A agressão resultou em uma costela quebrada e quatro fraturas nos ossos da face.
Internado no hospital Beneficência Portuguesa, Freitas diz que há mais de dez anos não era vítima de preconceito em São Paulo.
"Logo que me mudei para cá [em 1972] ouvi muita piada. Mas depois isso parou porque eu nem ligava mais."

REGISTRO
O empresário ainda não registrou boletim de ocorrência porque, conforme ele, ainda não teve tempo de ir até uma delegacia.
No domingo, foi ao pronto-socorro do hospital. Medicado, retornou para casa. Como as dores não passaram, retornou ao Beneficência Portuguesa anteontem e uma equipe médica decidiu deixá-lo internado até a realização de uma cirurgia para recompor os ossos de sua face. A operação está marcada para depois de amanhã.
Assim que sair, ele pretende acionar a polícia. "Se não fizer o B.O, mais pessoas podem ser vítimas e esses bandidos continuarão livres."
Desde novembro do ano passado, a região da avenida Paulista tem sido palco de várias agressões contra pedestres. Quatro jovens foram detidos em uma unidade da Fundação Casa (ex-Febem) por agredirem três pessoas.


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