São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

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Desigual, SP tem a melhor situação do país

DA SUCURSAL DO RIO

DA REPORTAGEM LOCAL

Na cidade de São Paulo, o abastecimento de água e a coleta de esgoto são praticamente universais; e as redes, das mais extensas entre as capitais avaliadas pelo IBGE.
Na capital paulista, 98,6% dos domicílios têm acesso à rede de água e 87,2% estão ligados à de esgoto. A abrangência é grande até mesmo para padrões internacionais, de acordo com o IBGE.
Os dados acima da média escondem, porém, diferenças entre distritos mais centrais e ricos e os da periferia.
A cobertura de água e esgoto é quase de 100% em bairros das zonas sul, oeste e central, como Itaim Bibi, Alto de Pinheiros, Vila Mariana, Moema, Liberdade, Cambuci e Sé. Já distritos como Marsilac, Parelheiros, Grajaú (no extremo sul) e Anhangüera (extremo norte) têm baixa cobertura.
Há basicamente quatro explicações para a "exclusão sanitária", diz a Sabesp (empresa de saneamento de SP).
As regiões deficitárias estão muito distantes fisicamente do centro, portanto ficaram anos sem investimentos; localizam-se, em grande parte, nas áreas de proteção de mananciais, onde há limitações legais à colocação de infra-estrutura; tiveram um aumento abrupto de população em pouco tempo ou não têm núcleos urbanos adensados o suficiente para justificar os gastos com expansão da rede.
Parte dos problemas na região sul deve ser solucionado até o fim de 2005, com a conclusão da segunda fase da despoluição do rio Tietê. Para o outro extremo da cidade, apesar de reconhecer as carências, a Sabesp ainda nem tem projeto de ampliar o atendimento de esgoto.
Das capitais pesquisadas pelo IBGE, São Paulo é a que apresenta o melhor resultado. No Rio, 90,1% dos domicílios estão ligados à rede de esgoto; e 97%, à de água. As maiores coberturas são nos bairros da Lagoa, Flamengo, Glória (todos na zona sul) e Maracanã (zona norte).
Em Salvador, os percentuais são de 77% e 93% respectivamente. Em Belém, 17% e 57%. Mesmo em Porto Alegre, que tem bons indicadores sociais, só 48% dos domicílios estão ligados à rede de esgoto. Segundo o IBGE, lá muitas casas usam fossa séptica, solução alternativa considerada como adequada. Na cidade, 98,1% dos domicílios são atendidos pela rede de água.


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