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"Trânsito on-line" não é 100% confiável
Dados são defasados, valem só para principais vias e não há informação precisa nos fins de noite, fins de semana e feriados
Rádio dá informação mais atualizada; nos serviços por telefone da CET e da Vivo, atendentes desconhecem vias importantes da cidade
ALENCAR IZIDORO
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O administrador de empresas Julio Santana Neto, 29, recorre ao mapa de fluidez do
trânsito da CET, na internet,
antes de sair do escritório. Já a
secretária Renata Pitanga, 32,
costuma mandar mensagens de
texto por celular para uma
emissora de rádio para ouvir,
dentro do carro, a opção de caminho menos engarrafada.
Os serviços de informação do
trânsito se expandiram dos tradicionais boletins de rádio aos
sites, operadoras de celular e
até GPS automotivo que promete levar os motoristas pelos
trajetos mais livres.
Mas, embora possam ser
úteis para fugir das principais
vias congestionadas e de pontos de alagamento em dias de
chuva, as recomendações da
parafernália tecnológica estão
longe de ser 100% confiáveis.
A Folha testou na última semana serviços de informações
do tráfego em São Paulo. As
principais constatações:
1) Os gratuitos -como boletins de rádio, telefone 1188 e site da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)- costumam ser tão ou mais precisos
do que outros serviços pagos;
2) A malha monitorada é restrita, por isso só são válidos para os principais corredores;
3) Todos apresentam atrasos
de informação;
4) A maioria não dispõe de
informações precisas e confiáveis no fim da noite, de madrugada e fins de semana.
Quinta-feira à tarde, quem
seguia as dicas de operadoras
de celular, sites ou atendentes
da CET recebia informações de
que a rua Domingos de Morais,
Vila Mariana (zona sul), e a av.
Faria Lima, perto do Itaim Bibi
(oeste), tinham tráfego livre.
Na prática, via-se trânsito parado em diversos pontos.
Quando passadas ao usuário,
algumas informações costumam estar defasadas -devido
à demora que vai da constatação do fato na rua até o mapa
oficial da fluidez.
No teste feito, atendentes do
telefone 1188 também desconheciam a localização de vias
importantes da cidade. E, não
raro, a ligação dava ocupado.
No telefone *365, da Vivo,
que fornece dados do trânsito
via celular a R$ 1,50/minuto, a
atendente desconhecia a Domingos de Morais e levou quatro minutos para concluir que
"não sabia" se havia trânsito.
A estratégia da secretária Renata, que mora na região da
Guarapiranga (zona sul) e estuda na Radial Leste, é mandar
mensagens para a rádio antes
de sair do trabalho.
Entre as ferramentas testadas, o rádio foi o que mais se
aproximou da ideia de "tempo
real". A desvantagem é que os
intervalos entre os boletins podem ser tempo suficiente para
ficar preso no trânsito.
Especializada no assunto, a
rádio Sulamérica Trânsito leva
em conta, além dos dados da
CET, informações enviadas
por ouvintes (cerca de 50 mil
por minuto em horários de pico). A média diária é de 4.000
ligações, 1.500 mensagens de
celular e 1.200 e-mails (95%
dos ouvintes estão no carro).
"Hoje [sexta], três ouvintes
avisaram que três carretas bateram no viaduto Aliomar Baleeiro (zona sul). Demos a notícia 50 minutos antes do site da
CET", diz o editor-chefe Ronald Gimenez. A rádio tem dez
repórteres de carro nas ruas.
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