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Grevista terá bônus menor, diz Paulo Renato
Secretário anuncia aumento do valor extra pago à rede no dia em que professores de SP entram na 3ª semana de greve
Servidores que faltarem ao trabalho terão redução no valor do benefício, que neste ano será pago a 80% dos 260 mil funcionários
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que a greve dos
professores da rede estadual de
SP entrou na terceira semana, o
governo José Serra (PSDB)
anunciou ontem um aumento
no valor pago em forma de bônus aos salários, mas advertiu
que os docentes hoje em greve
receberão menos em 2011.
"As faltas [ao trabalho], sem
dúvida, influenciarão [o valor
do bônus de 2011]", afirmou o
secretário de Estado da Educação, Paulo Renato Souza.
O bônus por desempenho é
anual e calculado com base no
número de faltas do funcionário e na evolução de sua escola
no Idesp (índice que considera
a reprovação e a evasão, além
da nota dos alunos num exame
de português e matemática).
A secretaria tem 260 mil funcionários, e 209.833 (80% do
quadro) receberão R$ 655 milhões em bônus na quinta-feira.
No ano passado, 196 mil ganharam R$ 590,6 milhões. O valor
médio, assim, subirá de R$
3.013 para R$ 3.121. Dos beneficiados, 176.598 são do magistério (professores, diretores, vice-diretores, supervisores, dirigentes e coordenadores).
Se a meta da escola no Idesp
de 2009 foi alcançada, a equipe
recebe 2,4 salários extras. O bônus é proporcional -se 50% da
meta foi atingida, 1,2 salário extra. Os dias em que o servidor
não trabalhou são descontados.
Neste ano, o governo decidiu
pagar um prêmio a todas as escolas que obtiveram uma nota
no Idesp superior à média estadual, ainda que não tenham
evoluído entre 2008 e 2009.
Nesse caso, o bônus será calculado de acordo com as metas de
longo prazo da rede estadual.
A Apeoesp (sindicato dos
professores) avisou que o bônus não mudará os rumos da
greve. Segundo a entidade, há
funcionários que ganharão só
R$ 10 extras e outros que não
receberão o bônus. Para o sindicato, o justo seria o governo
reajustar o salário básico.
Segundo a Apeoesp, mais de
60% dos professores cruzaram
os braços por um reajuste salarial de 34,3%. A secretaria, que
avisou que não concederá o aumento, calcula que 1% das escolas estejam sendo afetadas.
Hoje de manhã, os grevistas
farão um protesto em frente à
sede da secretaria, na praça da
República. Dizem que tentarão
marcar uma audiência com o
secretário. "Ainda não recebi
nenhum pedido [de audiência]", disse Paulo Renato, repetindo que a greve é "política".
Para a próxima sexta-feira
prometem um ato diante do
Palácio dos Bandeirantes, no
Morumbi (zona oeste), sede do
governo, para pressionar Serra.
Na sexta passada, cerca 8.000
grevistas, segundo a Polícia Militar, bloquearam parte da Paulista e da rua da Consolação.
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