São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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Ladrão rouba carro de casal e pede "aula de direção" para fugir

Professor e namorada foram abordados na noite de sábado no estacionamento do aeroporto de Cumbica

Os dois foram feitos reféns e levados até a rodovia Ayrton Senna, onde assaltante revelou não saber dirigir o carro

DE SÃO PAULO

Quando o professor Luís Fábio Silveira, 36, desceu de seu Honda City, na rodovia Ayrton Senna, Grande São Paulo, poderia ter acabado ali o sequestro relâmpago do qual ele e sua namorada estavam sendo vítimas na noite do sábado passado.
Em vez de ir embora, o assaltante surpreendeu Silveira. "Parei. Bati a porta, andei um pouco e nada de o carro sair", conta. "De repente ele grita e manda eu voltar. Falei: "agora vou morrer.'"
"Mas daí ele só perguntou como fazia para arrancar, porque não sabia dirigir carro automático. Com toda a calma do mundo expliquei."
A Polícia Civil analisa agora as imagens das câmeras de segurança do estacionamento do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, onde o professor e sua namorada foram abordados pelo ladrão.
Silveira guardava as malas dela no carro, quando um homem armado- vestindo paletó e gravata- se aproximou e rendeu o casal. O caso foi revelado ontem pela coluna Mônica Bergamo.

"AMADORISMO"
Os investigadores afirmam que o motivo do assalto não está claro e que o criminoso mostrou amadorismo, já que deixou as vítimas ficarem com as bagagens e que não sabia dirigir o veículo roubado com câmbio automático.
"O ladrão pediu para a vítima ensiná-lo a dirigir. Acho que ele nem sabia que carro era aquele", diz o delegado titular do aeroporto internacional, Ricardo Guanaes.
O assaltante os levou até a Ayrton Senna e lá mandou que descessem. "No caminho ele foi pedindo celular e dinheiro. Debaixo de um viaduto, ele mandou encostar."
De acordo com a polícia, o roubo de veículos é um crime que dificilmente ocorre no estacionamento desse aeroporto. Desde junho do ano passado, esse foi o primeiro caso registrado em Cumbica.
No aeroporto é mais comum haver furto de bagagens ou de laptops.
No entanto, após a prisão de uma quadrilha no ano passado, a quantidade de casos como esses foi reduzida.

FALHAS
Ontem, a Folha percorreu o estacionamento e constatou que há pontos pouco iluminados e áreas que não são cobertas pelas câmeras de vigilância. À tarde, três seguranças percorriam os 130 mil metros quadrados do estacionamento, área equivalente a 15 campos de futebol iguais ao do Maracanã. O local comporta 3.000 carros.
Procurada, a Maxipark, concessionária que administra o espaço, não quis se pronunciar sobre o assunto. (AFONSO BENITES e ALENCAR IZIDORO)


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