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"#989667">INVESTIGAÇÃO
Silvio Rocha de Oliveira afirma que tesoureiro de campanha malufista comprou seu silêncio
Depoente acusa Paulo Maluf de paternidade; ex-prefeito nega
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Silvio Rocha de Oliveira, com santinho de Maluf, durante depoimento ontem na CPI da Câmara |
da Reportagem Local
A CPI da máfia da propina e os
delegados que apuram uma rede
de corrupção na administração
municipal assistiram ontem a uma
fita de vídeo na qual Silvio Rocha
Oliveira, acusado de ser funcionário fantasma da prefeitura, afirma
ser avô de uma filha ilegítima do
ex-prefeito Paulo Maluf.
Ele disse também que recebeu de
Calim Eid, tesoureiro das campanhas políticas de Maluf, US$ 40 mil
em dinheiro para que não contasse
essa história à imprensa ou para
opositores do ex-prefeito.
Segundo Oliveira, ele teve de assinar papéis em branco que seriam
usados para desmentir a história
caso ela chegasse à oposição.
Ele também afirmou que o ex-prefeito lhe arrumou um emprego
na Prodam (Companhia de Processamento de Dados de São Paulo), uma autarquia municipal.
A assessoria de imprensa do ex-prefeito divulgou nota em que afirma serem "falsas e mentirosas" essas declarações (leia ao lado).
Oliveira depôs ontem para a CPI
da máfia da propina e para os delegados e promotores na sede do
Instituto de Criminalística após
iniciar o depoimento na Câmara.
Até as 23h30, ele continuava depondo.
Ele foi intimado a depor depois
de ter sido citado em depoimentos
anteriores como funcionário fantasma e "intocável" na Regional da
Penha, onde a polícia afirma ter
encontrado uma rede de extorsão
comandada pelo vereador Vicente
Viscome (ex-PPB).
Oliveira já havia contado essa
mesma história em depoimento ao
promotor Luiz Carlos Blat em
agosto do ano passado. Além disso, ele havia afirmado também que
estava sendo ameaçado de morte
por Viscome porque estaria "atrapalhando o doutor Paulo".
Um mês depois desse primeiro
depoimento, Oliveira voltou ao
Ministério Público é disse que a
história das ameaças não era verdadeira.
O depoimento tumultuou as investigações da polícia e da CPI.
Oliveira começou a depor na Câmara Municipal às 15h45. Mas ele
começou a passar mal quando o
presidente da CPI, José Eduardo
Martins Cardozo, lhe perguntou
para que eram os US$ 40 mil que
ele teria recebido de Calim Eid.
Ele foi atendido no departamento médico e dispensado depois de
receber um sedativo leve para baixar uma pequena hipertensão.
Em seguida, o funcionário foi levado para um outro departamento
da Câmara, onde foi confrontado
com cópias de cheques que teria
recebido para nada falar sobre suposta relação com Paulo Maluf.
Depois, foi levado até sua casa
pelos delegados Romeu Tuma Jr. e
Naief Saad. Lá, os policiais apreenderam uma fita de vídeo e duas sacolas com documentos.
Na fita, ele conta detalhes da suposta relação entre sua filha e Maluf.
Depois que Oliveira já havia deixado a Câmara, o presidente da
CPI suspendeu o depoimento que
estava sendo prestado -do ex-administrador regional da Penha Pedro Antônio Saul- para transformar a sessão em ""diligência", devido a acordo com o Ministério Público.
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