São Paulo, terça, 23 de março de 1999
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ACIDENTE
Aparelho fazia vôo de inspeção em MG
Três morrem em acidente de helicóptero

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Três funcionários da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) morreram ontem em um acidente de helicóptero no bairro Nova Caravelas, a sete quilômetros de Ipatinga (MG).
Eles faziam um vôo de inspeção visual da linha de alta tensão entre as subestações Ipatinga 1 e Ipatinga 2. Segundo a empresa, a operação consiste em aproximar o helicóptero da linha, enquanto os técnicos avaliam visualmente o estado de conservação de cabos, conectores, isoladores e outros equipamentos. Às 9h36, o helicóptero tocou o cabo pára-raios de outra linha de alta tensão, de propriedade da fábrica de celulose Cenibra, próximo à intercessão com a linha da Cemig.
Na queda, o aparelho se espatifou contra o solo. Morreram na hora o piloto Ricardo Barros Monteiro Castro, 47, o técnico Paulo Roberto Costa, 40, e o eletricista Wender Ferreira da Silva, 25. Eles eram casados e tinham filhos. Os corpos serão enterrados em cemitérios em Belo Horizonte e em Caratinga (MG).
Com o acidente, o fornecimento de energia elétrica para Caratinga, Carangola (MG), Inhapim (MG), Ipanema (MG) e parte de Ipatinga foi interrompido por cerca de duas horas e meia, atingindo cem mil consumidores.
A Cemig informou que o helicóptero, modelo Bell Ranger 206-LA, prefixo PT-YAA, foi comprado em 1994 e, no final do ano passado, passou por uma revisão geral, além de outra, de rotina, dias antes do acidente.
A empresa utiliza dois helicópteros para fazer a inspeção de cerca de 20 mil quilômetros de linhas de alta tensão em todo o Estado.
O piloto Ricardo Castro tinha 25 anos de experiência, sendo que 11 como funcionário da Cemig, onde era considerado o piloto mais experiente da empresa.
Ele decolou com o aparelho às 8h do aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, fazendo escala em Ipatinga, onde, pouco antes do acidente, o eletricista e o técnico entraram a bordo.
As causas do acidente serão investigadas por peritos do Departamento de Aviação Civil.
O acidente de ontem é o segundo com mortes que ocorre em Minas em menos de um mês envolvendo helicópteros da marca Bell.


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