São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Drogas conduzem histórias

da Reportagem Local

As histórias de viúvas jovens têm, com frequência, o mesmo fio condutor: as drogas. Algumas são dramáticas, como a de R., viúva aos 26 anos. Ela e o marido chegaram a se envolver com drogas, e ele foi preso por traficar crack.
Para sobreviver, R. conta apenas com o apoio de uma entidade que ajuda mulheres marginalizadas. Ela é mãe de três filhos, mas eles não ficam sob sua responsabilidade e moram numa casa de assistência a crianças.
R. é analfabeta e chegou à entidade que hoje a ajuda com dificuldade para se expressar. Apenas uma das assistentes sociais entende o que ela fala.
Como não sabe ler e tem poucas noções do alfabeto dos surdos e mudos, R. tem dificuldade para encontrar um emprego.
Após a morte do marido, ela começou a fazer faxina e trabalhos de manicure, mas raramente consegue mais do que R$ 50 por mês.
Hoje, R. afirma ter 28 anos, mas sua idade é incerta, já que ela não tem nenhum documento que ateste sua identidade.
Ela diz que não pensa em casar de novo "porque tem medo de passar por tudo outra vez".
Quando o marido morreu, R. conta que traficantes ligados a ele passaram a cobrar dívidas de drogas e bebidas. A única alternativa que lhe restou, diz, foi fugir.
Nesse caso nem mesmo aos parentes foi possível recorrer: R. não os vê desde que tinha 12 anos, quando foi expulsa de casa.
(AG)

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