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Drogas conduzem histórias
da Reportagem Local
As histórias de viúvas jovens
têm, com frequência, o mesmo fio
condutor: as drogas. Algumas são
dramáticas, como a de R., viúva
aos 26 anos. Ela e o marido chegaram a se envolver com drogas, e
ele foi preso por traficar crack.
Para sobreviver, R. conta apenas com o apoio de uma entidade
que ajuda mulheres marginalizadas. Ela é mãe de três filhos, mas
eles não ficam sob sua responsabilidade e moram numa casa de
assistência a crianças.
R. é analfabeta e chegou à entidade que hoje a ajuda com dificuldade para se expressar. Apenas
uma das assistentes sociais entende o que ela fala.
Como não sabe ler e tem poucas
noções do alfabeto dos surdos e
mudos, R. tem dificuldade para
encontrar um emprego.
Após a morte do marido, ela começou a fazer faxina e trabalhos
de manicure, mas raramente consegue mais do que R$ 50 por mês.
Hoje, R. afirma ter 28 anos, mas
sua idade é incerta, já que ela não
tem nenhum documento que
ateste sua identidade.
Ela diz que não pensa em casar
de novo "porque tem medo de
passar por tudo outra vez".
Quando o marido morreu, R.
conta que traficantes ligados a ele
passaram a cobrar dívidas de drogas e bebidas. A única alternativa
que lhe restou, diz, foi fugir.
Nesse caso nem mesmo aos parentes foi possível recorrer: R. não
os vê desde que tinha 12 anos,
quando foi expulsa de casa.
(AG)
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