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USP quer mais prazo para cursinhos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Universidade de São Paulo
vai pedir ao Ministério Público
que prorrogue por mais três meses o prazo de regularização dos
cursinhos pré-vestibular para alunos de baixa renda que cobram
mensalidade e utilizam as instalações da universidade.
No início de abril, os cursinhos
da Faculdade de Psicologia, da Faculdade de Economia e Administração e do Núcleo de Consciência
Negra, que acolhem cerca de 700
alunos, receberam uma recomendação da Promotoria da Cidadania do Ministério Público de que
cessassem suas atividades. O motivo: a Constituição garante a gratuidade do ensino público em
seus estabelecimentos oficiais, e
esses cursinhos usam a estrutura
da USP e cobram taxa de inscrição e mensalidades de cerca de R$
60 de seus alunos.
De acordo com a recomendação, os três cursos têm até a próxima sexta-feira, dia 30, para regularizar sua situação, mas, até agora, seus coordenadores não conseguiram criar uma alternativa de
financiamento que dispense a cobrança de mensalidade e seguem
ministrando aulas normalmente.
"O que queremos é cumprir o
direito de acesso ao ensino público de qualidade", defende Mafoane Odara, 26, coordenadora do
cursinho da psicologia. "Já assumimos um compromisso com os
alunos e não podemos simplesmente acabar com as aulas", diz.
Odara e representantes dos outros cursinhos se reuniram ontem
com a reitoria da USP para discutir alternativas para a manutenção das aulas deste ano. "Estamos
estudando realizar parcerias para
financiar os cursos até o final do
ano", explica Sônia Penin, Pró-Reitora de Graduação da USP.
O promotor Wallace Paiva Martins Júnior, responsável pelo caso,
disse que só poderá avaliar o pedido da USP quando o receber.
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