São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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PM e jovens entram em confronto na Mooca

Tumulto e quebra-quebra envolveu grupo que não conseguia entrar no clube Juventus para assistir a bandas de pagode

Polícia Militar usou balas de borracha e bombas de spray de pimenta; pessoas foram embora mesmo tendo comprado ingressos antes

DO "AGORA"

Um tumulto na madrugada de ontem acabou em confronto entre a Polícia Militar e um grupo de jovens que não conseguiu entrar em um show no clube Juventus, na Mooca (zona leste de São Paulo).
A polícia usou balas de borracha e bombas de spray de pimenta. Integrantes de um grupo que tentou pular o portão de entrada do clube destruíram a porta de vidro de uma agência bancária, quebraram vasos na calçada de uma floricultura e danificaram um ponto de ônibus da avenida Paes de Barros. Não houve presos ou feridos.
A confusão ocorreu durante a realização do "Mega Show", que reuniu bandas de pagode no Juventus. Testemunhas diziam ter sido vendido mais ingresso do que a capacidade.
O show começou às 20h. Por volta da meia-noite, a entrada do Juventus concentrava cerca de 4.000 pessoas, de acordo com moradores da região.
"O tumulto começou por causa da desorganização na entrada, pois não havia fila e alguns aproveitadores se misturavam às pessoas que tinham comprado ingresso", contou a bancária Ana Luíza Mendes, 21, que, apesar de afirmar ter comprado as entradas uma semana antes, não conseguiu entrar.
"Eu estava com dez amigos que compraram com antecedência e já às 22h ninguém mais conseguia entrar", afirmou a auxiliar de escritório Daniela Crispim de Godói, 18, que, após duas horas de espera, resolveu sair do local. "Foi quando a polícia começou a atacar a multidão com spray de pimenta, balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo", disse.
"De repente, mais de 100 pessoas entraram aqui na padaria para se proteger do ataque da polícia", afirma Ricardo Araújo Mendonça, gerente do estabelecimento que fica bem em frente ao clube. Ele diz que vândalos aproveitaram para depredar pontos comerciais do local.
Marilene Cavalcante, moradora vizinha do Juventus e mãe de Marcos Cavalcante, 18, que já assistia aos shows antes de a confusão começar, diz que teve de fechar a janela de casa com medo das balas de borracha.
"Só fiquei tranqüila porque falei o tempo todo com meu filho pelo celular e ele me dizia que lá dentro estava tudo bem", relatou ela. O show aconteceu até as 5h da manhã, quando os portões foram reabertos.


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