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Polícia investiga conduta do pai e da irmã de Alexandre
A suspeita da polícia é que Cristiane, orientada pelo pai, tenha tentado limpar sangue
Avô paterno e madrinha da menina serão interrogados hoje no 9º DP; os dois serão questionados sobre possível adulteração do local do crime
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de São Paulo
tentará esclarecer na tarde de
hoje se o advogado Antonio
Nardoni e a filha dele, Cristiane, 20, tomaram algum tipo de
atitude que pudesse prejudicar
a investigação sobre o assassinato da menina Isabella Nardoni, 5, na noite de 29 de março.
Antonio é pai de Alexandre.
Cristiane é irmã dele e madrinha da menina. O depoimento
dos dois ocorreria ontem, mas
foi adiado para a tarde de hoje.
A polícia desconfia que Cristiane, para proteger Alexandre
e Anna Carolina Jatobá, tentou
limpar manchas de sangue que
ficaram espalhadas em diversos pontos do apartamento, sob
orientação do avô da menina.
Tal fato poderia ser configurado como adulteração de cena
do crime, mas o apartamento
não foi imediatamente interditado pela polícia para a realização das sete perícias que ocorreram após a morte de Isabella.
Antonio Nardoni diz que isso
não ocorreu e que a filha só entrou no apartamento de Alexandre por volta das 4h de domingo (30), acompanhada de
policiais e de uma amiga, "só
para apagar as luzes".
Embora alguém tenha tentado remover as manchas de sangue do apartamento, vestígios
foram encontrados pela perícia
por meio de um reagente químico chamado luminol. Esse
reagente torna-se fosforescente em contato com sangue.
Nos depoimentos, a polícia
vai questionar o avô de Isabella
e a tia dela a respeito das ligações que ocorreram entre os familiares após o assassinato.
Instantes após Isabella ter sido jogada pela janela, a madrasta ligou para o sogro e pediu
ajuda -a polícia estranha que
ela tenha feito isso em vez de
pedir socorro aos bombeiros.
Pelo que a polícia sabe até
agora, assim que recebeu a ligação, Antonio Nardoni ligou para Cristiane, que estava em
uma festa num bar, e disse que
algo tinha ocorrido com a neta.
A polícia sustenta que duas
pessoas -até agora não identificadas oficialmente- ouviram
Cristiane dizer, no bar, algo que
pudesse incriminar o irmão.
A suspeita da polícia é que
Anna Carolina ligou para o sogro a fim de pedir orientação
sobre como simular uma possível invasão do apartamento por
uma terceira pessoa.
Ao ser questionado ontem
pela Folha, Antonio disse que
recebeu a ligação da nora, mas
que só conseguiu entender que
a neta havia caído. "Se a polícia
sabe que falei isso [orientou filho e nora a encobrir um crime], deve me prender, não precisa nem me interrogar", disse.
Além do pai e da irmã de
Nardoni, a polícia também ouvirá hoje mais um casal de vizinhos de Alexandre e Anna.
(ANDRÉ CARAMANTE, KLEBER TOMAZ, LUIS KAWAGUTI E ROGÉRIO PAGNAN)
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