ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Pela primeira vez o dia de São Jorge, celebrado hoje, será feriado em todo o Estado do Rio. Há seis anos comemorado oficialmente na capital, a data é festejada com caldo de galo, cavalgadas e procissões.
Uma das festas mais tradicionais ocorre no Campo de Santana, onde será realizada uma missa campal e uma procissão. Na Igreja São Jorge, no centro, devotos se reúnem no entorno da imagem de 2,80 m e 800 kg do santo a partir das 3h30. Grade e telas protegem a estátua.
"Os fiéis queriam tocar e acabavam danificando. É uma imagem de 1860 e temos que preservá-la. Tanto que na procissão usamos uma outra, menor", disse o ministro Jorge Aguiar, responsável pela igreja. Há cavalgada em Santa Cruz (zona oeste) e festas em Quintino e na Baixada Fluminense.
Não é só de religiosidade que vive o feriado. Na maioria das paróquias é servido caldo de galo. Diz a lenda que o prato deveria ser entregue só para homens, pois nele estaria contida a "força do guerreiro". Com a fama, o santo já virou até estampa estilizada de camisas, vendidas na porta da igreja do centro. Em alguns morros do Rio, traficantes organizam foguetórios.
"São Jorge é santo de devoção de polícia e bandido. É um santo que tem identidade com o Rio. Ele está em todos os botequins", disse o sambista Moacyr Luz, devoto do santo. São Jorge teria sido um oficial do império romano aclamado como santo pelo povo no século 3. Ele teria reafirmado a fé católica quando o imperador Diocleciano pretendia matar todos os cristãos. A igreja incluiu posteriormente o santo em seu calendário oficial.
A data se tornou feriado no Rio em 2002, por proposição do então vereador Jorge Babu (PT). Eleito deputado estadual, ele apresentou a proposta de torná-la feriado em todo o Estado.


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