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DEPOIMENTO
"Senhora, essa linha não consta no nosso sistema"
ANDRESSA TAFFAREL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Esperar 20 ou 30 minutos
por um ônibus faz parte da rotina dos paulistanos que usam
esse meio de transporte.
Mas imagine aguardar todo
esse tempo, e nada de o ônibus
aparecer. São 21h30, você está
supercansado, tentando ir pra
casa depois de um dia de trabalho, mas resolve esperar mais
30 minutos. Nada. Quando se
dá conta, já se passaram mais
uns 40 minutos. Você percebe,
então, que a única solução é ligar para o 156, o telefone da
Prefeitura de São Paulo "que
salva a sua vida em qualquer lugar da cidade", me disseram um
dia, logo que me mudei para cá.
A esperança acaba quando a
única informação dada para o
sumiço do ônibus é um "senhora, essa linha não consta no
nosso sistema".
"Moça, "tá" achando que eu
sou louca?", foi a primeira resposta que me veio à cabeça. Na
dúvida, dei uma espiada na placa no ponto de ônibus. A não
ser que estivesse imaginando
coisas, lá estava, misturada a
outras linhas: 7282/10 - Pq.
Continental.
"Moça, peguei esse ônibus há
dois dias e o nome dele está
aqui, na placa do ponto!", tentei
argumentar, em vão. "Senhora,
essa linha não consta no nosso
sistema", foi o que ouvi mais
umas três ou quatro vezes, entre pedidos de "a senhora pode
abrir um protocolo para registrar a reclamação."
Deduzi, então, que a linha
não existia mais. Sem protocolo e sem explicação, desliguei o
telefone e esperei mais uns 20
minutos antes de voltar para
casa -pegando dois ônibus e
depois de aguardar quase duas
horas no ponto.
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