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GUERRA URBANA
Ouvidoria aponta 40 mortes suspeitas
As corregedorias das polícias Militar e Civil terão 45 dias para apurar as denúncias e encaminhar relatório para a Promotoria
Pelo menos 12 assassinatos feitos por grupos que atuam disfarçados com toucas ninjas também deverão ser investigados pelos órgãos
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Ouvidoria das polícias de
São Paulo colocou sob suspeita
40 casos de mortes de civis em
confronto com a polícia em
conseqüência dos atentados
atribuídos à facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital). Hoje, a Ouvidoria deverá encaminhar essas denúncias às corregedorias das polícias Militar e Civil.
Os órgãos têm 45 dias para
apurar as queixas e encaminhar um relatório ao Ministério Público Estadual. Os casos
serão analisados por promotores que trabalham no Gecep
(Grupo de Controle Externo da
Atividade Policial).
Segundo o ouvidor, Antonio
Funari Filho, em 22 das 40
mortes há indícios de que elas
ocorreram em represália da polícia à onda de ataques do PCC.
Algumas denúncias foram
feitas diretamente à Ouvidoria
por parentes ou pessoas ligadas
às vítimas por meio de e-mail e
telefone. Em outras, a investigação partiu de iniciativa do
próprio órgão que ficou sabendo dos casos pela imprensa.
A Ouvidoria também pediu
apuração de 12 mortes de autoria de grupos que atuam disfarçados com toucas ninjas. Além
dos mortos, três pessoas ficaram feridas nesses ataques.
Segundo Funari Filho, a Ouvidoria quer que a corregedoria
investigue se esses grupos são
formados por policiais. De
acordo com ele, um parente de
um dos sobreviventes desses
ataques levantou essa suspeita.
O ouvidor disse que as delegacias dos locais onde os crimes
ocorreram também vão investigar se os casos foram ação de
um grupo de extermínio.
O processo de investigação
das corregedorias é acompanhando por sete advogados da
Ouvidoria.
Caso o policial seja considerado culpado durante as investigações, ele pode ser suspenso
de suas atividades ou até mesmo expulso da corporação.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou apenas que as corregedorias das
polícias Militar e Civil ainda
não receberam da Ouvidoria
nenhuma denúncia contra atos
praticados por policiais desde o
último dia 12, quando começou
a onda de ataques.
Segundo a nota da secretaria,
"todas as ocorrências de morte
apresentadas serão devidamente apuradas, dentro do prazo legal, conforme prevê a Via
Rápida [processo mais ágil de
investigação de policiais]".
A SSP não quis dar mais informações sobre as corregedorias, como número de casos que
os órgãos costumam investigar
e quantos funcionários trabalham nos órgãos.
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