DA REPORTAGEM LOCAL

Os moradores de uma pensão na rua Augusta, na região central da cidade, tomaram um susto ontem ao descobrir que uma das habitantes do local tinha a companhia de duas cobras no quarto -uma jibóia e uma píton albina.
As cobras foram encontradas pela polícia dentro de uma mala e foram apreendidas na madrugada de ontem. A comerciante Amanda Gleice dos Santos, 31, que mora no local, tinha nota fiscal e autorização do Ibama para ter a jibóia, por isso pôde ficar com ela. Já a píton, de aproximadamente dois metros, foi encaminhada ao Instituto Butantan.
"Terei medo daqui para a frente de deixar a porta de casa aberta. Não fazia idéia que havia uma cobra deste tamanho tão perto", disse a dona-de-casa Maria Alves Mineiro, 41, que mora na pensão onde as cobras foram encontradas desde 2006.
Já a dona-de-casa Camila de Souza, 22, que vive há um mês com o marido no local, pensa em se mudar depois do episódio. Os quartos custam de R$ 220 a R$ 300.
A polícia chegou ao local porque, ao passar pela rua Augusta, viu um casal brigando. O namorado de Amanda, então, teria dito aos policiais que ela tinha drogas no quarto. Na busca, vistoriaram a mala com as cobras.
A cobra píton não é do Brasil e, segundo o diretor do museu de biologia do Instituto Butantan, Giuseppe Puorto, no país não é autorizada a sua importação. "Aparentemente, ela não está maltratada, mas não temos como falar mais do que isso agora", disse o diretor.
As duas cobras encontradas assustam pelo tamanho -a jibóia chega a quatro metros e a píton a seis-, mas elas não são venenosas e são consideradas inofensivas.
De acordo com o delegado Fábio Daré, será instaurado um inquérito, e Amanda será investigada por ter animal silvestre sem autorização.
Policiais que acompanharam o caso no 4º DP (Consolação) dizem que a comerciante chorou muito ao perder a cobra.
A Folha tentou ouvir Amanda, sem sucesso.


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