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Greve da PF prejudica emissão de passaporte
"Operação-padrão" dos policiais também provocou atrasos no aeroporto de Guarulhos; 62 vôos internacionais foram afetados
A paralisação foi causada por divergências entre a categoria e o governo federal sobre as bases
de um reajuste salarial
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 13 mil servidores da
Polícia Federal de todo o país
(delegados, agentes, papiloscopistas, escrivães e peritos) iniciaram ontem uma greve de 72
horas. A paralisação foi causada
por divergências entre a categoria e os ministérios do Planejamento e da Justiça sobre as
bases de um reajuste salarial.
Em todo o país, com exceção
do Distrito Federal, o serviço
de emissão de passaportes foi o
mais afetado. Os funcionários
da PF decidiram só emitir o documento em casos de urgência.
Ontem pela manhã, na porta
da Superintendência da PF em
São Paulo, na Lapa (zona oeste), uma das mais movimentadas do país, cerca de 300 pessoas protestaram contra a paralisação dos serviços.
Na segunda-feira, representantes dos funcionários da PF
se reuniram com integrantes
do Ministério do Planejamento
e cobraram o cumprimento de
um acordo de fevereiro de 2006
com o Ministério da Justiça, no
qual teriam sido acertados aumento de 60%, pago em duas
parcelas, e a reestruturação da
carreira da categoria.
Pela nova proposta apresentada pelo Planejamento e recusada na segunda-feira pelos
funcionários da PF, a categoria
receberia 30% de aumento, pago em duas parcelas -uma em
junho de 2008 e outra em junho de 2009.
Amanhã, nova reunião entre
governo e representantes da
categoria definirá, em Brasília,
o futuro da greve, que poderá
ser por prazo indeterminado.
A justificativa do governo federal para parcelar o reajuste
salarial é que o pagamento feito
de uma só vez pode afetar as
contas do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
O presidente do Sindicato
dos Servidores da Polícia Federal de SP, Francisco Carlos Sabino, disse que a adesão à paralisação da categoria ocorreu em
todas as 14 delegacias da PF, totalizando 2.300 funcionários.
"Só conseguimos atingir o
governo se paramos os serviços
de atendimento ao povo. Foi
assim que aprendemos a reivindicar com o Lula, que era
sindicalista", disse Sabino.
À tarde, a PF iniciou a "operação-padrão" (checagem rigorosa dos passageiros que embarcam e desembarcam de
vôos internacionais). No aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP),
62 vôos (com cerca de 12 mil
passageiros) sofreram atrasos.
A demora na checagem afetou o comissário Laildo Maluf
Bittar Filho, 40, que viajava da
Coréia do Sul para Campo
Grande (MS), onde visitaria a
mãe, "doente em estado terminal", e a irmã, "recém-operada
para a extração de três tumores". "Para quem eu vou chorar
com tanta demora na fila? Não
temos nada com o problema salarial da PF", disse.
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