São Paulo, sábado, 23 de maio de 2009

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Entregador morre em tiroteio em Pinheiros

Segundo PMs, homem foi morto por ladrões perto da ponte Eusébio Matoso para forçar o fim de perseguição policial

Polícia Civil investiga a versão da PM e fará exame balístico dos projéteis extraídos do corpo da vítima para saber de onde partiram


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a uma perseguição de policiais militares a ladrões que haviam roubado caixas eletrônicos no Mercado Municipal de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), o entregador Edgar Soares de Paula, 25, foi morto a tiros na madrugada de ontem, perto da ponte Eusébio Matoso, no mesmo bairro.
Segundo os PMs envolvidos no tiroteio, todos do 23º Batalhão, os criminosos atiraram contra o entregador para forçá-los a interromper a perseguição pelas ruas de Pinheiros e a socorrê-lo. Dois policiais foram feridos na troca de tiros, e nenhum ladrão foi preso.
A Polícia Civil investiga a versão dos PMs para a morte do entregador. Para isso, apreendeu armas de parte dos policiais envolvidos na perseguição e fará confronto balístico com os projéteis (pelo menos sete) extraídos do corpo da vítima.
Soares de Paula trabalhava como entregador de esfihas em uma lanchonete da rua Augusta. Ao ser ferido, à 1h30 de ontem, ele voltava para casa, em Osasco (Grande São Paulo), distante mais de 10 km do local do tiroteio, empurrando sua bicicleta porque um pneu estava murcho.
Para invadir o Mercado Municipal de Pinheiros, segundo os investigadores, os ladrões dos caixas eletrônicos contavam com informações precisas sobre as rondas da PM nas ruas do bairro e também sabiam que as máquinas estavam abastecidas para o fim de semana.
Os dez criminosos renderam um vigilante do mercado, arrombaram primeiro os caixas eletrônicos do banco Santander instalados no local e conseguiram pegar o dinheiro deles. Ao se prepararem para roubar os caixas do Itaú, o alarme disparou e a PM foi acionada.
Logo no início da perseguição que se estendeu por cerca de 4 km nas ruas de Pinheiros, ainda perto do mercado, um sargento da PM foi ferido na perna. Os criminosos estavam em três carros e, na esquina das ruas Teodoro Sampaio e Cunha Gago, enfrentaram outra vez os policiais militares.
Já na esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças, um dos cruzamentos mais movimentados de São Paulo, mesmo de madrugada, outro PM foi ferido, dessa vez na boca.
Quando pelo menos 12 carros da PM já perseguiam os ladrões, que tentavam chegar à marginal Pinheiros, Soares de Paula foi encontrado por alguns dos policiais envolvidos na perseguição baleado perto da ponte Eusébio Matoso. Ele foi socorrido, mas morreu.
"Ainda não temos uma resposta para o que aconteceu com meu irmão, um rapaz bastante trabalhador e que adorava andar de bicicleta. Não dá para falar ainda se foram os ladrões que o balearam. Tudo está bastante estranho", disse a esteticista Vanessa Soares de Paula, 29, irmã do entregador.
"Mas, infelizmente, a morte dele foi como o raio que caiu duas vezes na nossa família. Há 14 anos, nosso pai, que era taxista, também foi assassinado", continuou Vanessa. "Só queremos que a Polícia Civil nos dê a resposta para o que aconteceu com o meu irmão."


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