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Médico condenado por castrar meninos é preso no ES
Culpado por 3 homicídios no PA, ginecologista estava foragido e trabalhava em um hospital; para advogado, prisão é "uma loucura"
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
O médico ginecologista Césio
Flávio Brandão, 51, condenado
por emascular (castrar) e matar
meninos de 8 a 14 anos na década de 90 no Pará, foi preso ontem em Vitória (ES). Ele atuava
como médico em hospitais públicos do Espírito Santo.
Brandão estava foragido desde que o processo que o condenou a 56 anos de prisão, em
2003, transitou em julgado no
Tribunal de Justiça do Pará, o
que impossibilita novos recursos pela defesa.
O promotor Milton Menezes,
do Grupo Especial de Prevenção a Organizações Criminosas
do Pará, responsável pela prisão, diz que o trânsito em julgado ocorreu entre o final do ano
passado e o início de 2009.
Brandão foi preso em sua casa, no centro de Vitória, por policiais do Grupo de Apoio aos
Promotores do ES. Ele deve ser
levado ao Pará hoje.
Servidor da Fundação SESP
-hoje Funasa (Fundação Nacional de Saúde)- do Espírito
Santo desde 1988, Brandão foi
cedido à Secretaria Estadual da
Saúde em 2007, e atuava no
Hospital São Lucas, um dos
maiores do Estado. Segundo a
secretaria, ele trabalhava no setor administrativo.
Brandão também era médico
no município de Serra (região
metropolitana de Vitória). A
Secretaria da Saúde da cidade
disse que o contratou para
atender no posto de saúde como clínico-geral de abril de
2008 a abril deste ano.
Segundo a Promotoria do Espírito Santo, há denuncias de
torturas supostamente cometidas por Brandão no Estado.
Uma mulher de Vila Velha procurou a Polícia Civil para denunciar torturas durante um
parto que fez com ele há quatro
meses. O Ministério Público vai
para investigar o caso.
O presidente do CRM-ES
(Conselho Regional de Medicina), Aloizio de Souza, disse que
o órgão não sabia dos crimes de
Brandão no Pará e que, por isso,
não havia aberto procedimento
para cassar o seu registro.
Brandão foi considerado culpado por três homicídios triplamente qualificados e por
uma tentativa de homicídio.
O advogado dele, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que a
prisão é "uma loucura". "Trata-se de um dos maiores erros do
Judiciário brasileiro."
Dalledone Júnior disse que
vai pedir revisão criminal do
processo no Tribunal de Justiça do Pará e um habeas corpus
no STJ (Superior Tribunal de
Justiça).
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