São Paulo, sábado, 23 de maio de 2009

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Médico condenado por castrar meninos é preso no ES

Culpado por 3 homicídios no PA, ginecologista estava foragido e trabalhava em um hospital; para advogado, prisão é "uma loucura"

CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA

O médico ginecologista Césio Flávio Brandão, 51, condenado por emascular (castrar) e matar meninos de 8 a 14 anos na década de 90 no Pará, foi preso ontem em Vitória (ES). Ele atuava como médico em hospitais públicos do Espírito Santo.
Brandão estava foragido desde que o processo que o condenou a 56 anos de prisão, em 2003, transitou em julgado no Tribunal de Justiça do Pará, o que impossibilita novos recursos pela defesa.
O promotor Milton Menezes, do Grupo Especial de Prevenção a Organizações Criminosas do Pará, responsável pela prisão, diz que o trânsito em julgado ocorreu entre o final do ano passado e o início de 2009.
Brandão foi preso em sua casa, no centro de Vitória, por policiais do Grupo de Apoio aos Promotores do ES. Ele deve ser levado ao Pará hoje.
Servidor da Fundação SESP -hoje Funasa (Fundação Nacional de Saúde)- do Espírito Santo desde 1988, Brandão foi cedido à Secretaria Estadual da Saúde em 2007, e atuava no Hospital São Lucas, um dos maiores do Estado. Segundo a secretaria, ele trabalhava no setor administrativo.
Brandão também era médico no município de Serra (região metropolitana de Vitória). A Secretaria da Saúde da cidade disse que o contratou para atender no posto de saúde como clínico-geral de abril de 2008 a abril deste ano.
Segundo a Promotoria do Espírito Santo, há denuncias de torturas supostamente cometidas por Brandão no Estado. Uma mulher de Vila Velha procurou a Polícia Civil para denunciar torturas durante um parto que fez com ele há quatro meses. O Ministério Público vai para investigar o caso.
O presidente do CRM-ES (Conselho Regional de Medicina), Aloizio de Souza, disse que o órgão não sabia dos crimes de Brandão no Pará e que, por isso, não havia aberto procedimento para cassar o seu registro.
Brandão foi considerado culpado por três homicídios triplamente qualificados e por uma tentativa de homicídio.
O advogado dele, Cláudio Dalledone Júnior, afirmou que a prisão é "uma loucura". "Trata-se de um dos maiores erros do Judiciário brasileiro."
Dalledone Júnior disse que vai pedir revisão criminal do processo no Tribunal de Justiça do Pará e um habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).


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