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Prefeitura adia o "provão" municipal
Prevista para ocorrer neste mês, avaliação de todos os estudantes de 4ª e 8ª séries só deverá ser realizada em novembro
Administração Kassab agora afirma que terá de formar uma equipe para elaborar as provas, de português e de matemática
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O "provão" municipal de São
Paulo, previsto para até o fim
do mês, foi adiado. Agora, a avaliação só deve ocorrer em novembro e terá provas de português e matemática. Todos os
estudantes de 4ª e 8ª séries da
rede irão participar do exame,
que pretende avaliar os alunos
em leitura, escrita, interpretação de texto e matemática.
Com o nome oficial de Sistema de Avaliação de Aproveitamento Escolar, o "provão" municipal foi criado por meio de
um projeto de lei do vereador
José Aníbal (PSDB), sancionado pelo ex-prefeito José Serra
(PSDB), em outubro de 2005.
Na época, o então secretário
da Educação José Aristodemo
Pinotti anunciou que o exame,
em junho, seguiria os mesmos
padrões do Saeb (Sistema de
Avaliação do Ensino Básico,
aplicado pelo governo federal)
e que apenas as provas de português seriam aplicadas.
De acordo com o secretário
atual, Alexandre Schneider,
não será possível realizar a prova agora porque a prefeitura
ainda terá de montar uma equipe para elaborá-la. "A gente
queria que o exame seguisse os
itens-âncoras do Saeb e também do Anresc [Avaliação Nacional do Rendimento Escolar,
realizado pelo governo federal
no ano passado] para podermos comparar os resultados."
"Conversamos com o Inep
[instituto responsável pelas
avaliações] para que eles produzissem a prova para nós, mas
agora soubemos que isso não
será possível. Vamos ter de fazer nossa própria avaliação."
A equipe deve começar a trabalhar imediatamente e deverá
seguir o princípio das provas
federais. "Queremos que elas
dialoguem para fazer uma comparação parcial. Assim, saberemos o que melhorou e o que
piorou", diz Schneider. Pelos
índices do último Saeb, 29,9%
dos alunos da 4ª série do Estado estavam em nível crítico de
aprendizado no português.
Para o secretário, a mudança
da data de aplicação do exame
não prejudica os estudantes.
"Será até melhor porque, no
fim do ano, eles já terão recebido todo o conteúdo da série."
Autor do projeto de lei, José
Aníbal também não vê problemas no atraso. "Acho que a secretaria teve dificuldade em organizar a prova, mas o mais importante é que ela seja feita."
O Inep confirma que foi procurado. "Explicamos que não
poderíamos fazer a prova. Mas
colocamos à disposição o Banco Nacional de Itens, que tem
milhares de perguntas prontas", afirma o diretor de avaliação da Educação Básica do instituto, Amaury Gremald.
Ainda não há custos da prova
e a aplicação deverá ser terceirizada, diz Schneider. A rede
municipal tem 128.393 estudantes na 4ª e 8ª séries, que farão a avaliação. Cada aluno do
último Saresp (o sistema de
avaliação da rede estadual de
ensino) custou cerca de R$ 1,68.
O secretário também afirma
que, no ano que vem, as disciplinas avaliadas serão história e
geografia. "Não faz sentido
aplicar todo ano prova da mesma matéria porque é difícil notar mudança de um ano para
outro na educação."
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