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Promotora acusa PMs de agressão e ofensa
Eliana Passarelli, que atua na Justiça Militar de São Paulo, disse que PMs da companhia de Perdizes a atacaram; eles negam
O desentendimento ocorreu após uma discussão a respeito do local onde ela havia estacionado o seu
carro para ir até o 23º DP
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A promotora Eliana Passarelli, que atua na Justiça Militar
justamente na apuração de denúncias contra a conduta de
policiais militares, afirma que
foi agredida e xingada ontem
por PMs. Ela diz que foi atacada
no estacionamento de uma
área ocupada por um prédio da
PM e o 23º DP (Perdizes), na
zona oeste de São Paulo.
Com arranhões no braço esquerdo, a promotora conta que
foi agarrada pelo pescoço, recebeu uma rasteira, caiu no chão,
quando teria levado um chute.
Os PMs negam a agressão e
afirmam que foram xingados
pela promotora.
A confusão ocorreu logo após
uma discussão por causa da
área de estacionamento do local. Eliana afirma que foi ao 23º
DP junto com a filha registrar
um boletim de ocorrência de
roubo. Chegaram ao local às
16h45, durante o jogo do Brasil
contra o Japão.
A promotora narra que estacionou o seu veículo na área
destinada às autoridades policiais. Segundo sua versão, uma
soldado da PM a alertou de que
não poderia deixar o veículo no
local, nem mesmo sendo promotora de Justiça.
Eliana afirma que perguntou
quem estava no comando da
companhia da PM, informação
que não teria recebido. "Tinha
um grupo de 13 policiais em
volta da televisão, vendo o jogo,
e não fizeram nada", diz.
Logo depois, a promotora
afirma que foi xingada por policiais militares e, quando ameaçou denunciá-los por desacato
e ligar para a Corregedoria da
PM, o grupo apenas deu risada
e continuou assistindo ao jogo.
Minutos depois, Eliana entrou no distrito policial. A
agressão teria ocorrido quando
a promotora voltou para retirar
o carro do estacionamento. Segundo sua versão, um PM à paisana, que estava no grupo de
policiais assistindo ao jogo, foi
em sua direção, a atacou e lhe
deu voz de prisão por desacato.
Eliana não chegou a ser presa. No 23º DP, ela prestou depoimento e foi liberada. Quatro
PMs foram relacionados no boletim de ocorrência. O agressor
não foi identificado. Eliana
aparece com vítima de abuso de
autoridade e os PMs, como vítimas de desacato.
"É lógico que foi perseguição.
Eu atuo junto à corregedoria e
já denunciei vários PMs, inclusive do comando", afirmou. "Eu
apanhei, fui xingada de vagabunda, fui presa em flagrante
sem ter feito nada." Segundo
ela, uma tenente da companhia
não quis apresentar os PMs no
distrito para que ela fizesse a
identificação do agressor.
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