São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Para evitar um novo "relaxa e goza", Lula determina "cala-boca" a ministros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A temporada de frases infelizes dos ministros sobre o caos aéreo levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a orientar que seus subordinados se abstivessem de fazer novos comentários sobre o assunto. E disse que declarações deveriam se restringir à Aeronáutica, para evitar "ruídos e contradições". A reação veio diante da repercussão de opiniões ditas por dois de seus ministros.
Marta Suplicy, ministra do Turismo, abriu a temporada no dia 13, quando deu um conselho a quem enfrenta problemas nos aeroportos: "Relaxa e goza, porque você esquece todos os transtornos depois". Em nota, emitida mais tarde, explicou que a intenção era "dizer que viajar vale a pena".
Anteontem, foi a vez de Guido Mantega, ministro da Fazenda, dar a sua contribuição. Ele afirmou que os atrasos são reflexo "um pouco do preço do sucesso" e da "prosperidade" da economia brasileira. "Há aumento do fluxo de tráfego [aéreo]. É a prosperidade do país, mais gente viajando, mais aviões nas rotas", disse.
Sem saber da determinação de Lula, o vice-presidente José Alencar defendeu Mantega e falou ontem que a sociedade precisa ajudar o governo a solucionar a crise. Para ele, há três motivos para o apagão: a falta de investimentos em infra-estrutura aeroportuária, o crescimento da economia e a duplicidade de comando do controle do tráfego aéreo.
Ontem, a Folha tentou falar com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil) sobre a crise. Ninguém ligou de volta. A assessoria de Marta avisou que ela não falaria sobre o assunto.
(LETÍCIA SANDER, PEDRO DIAS LEITE, SILVANA DE FREITAS)


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