|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para evitar um novo "relaxa e goza", Lula determina "cala-boca" a ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A temporada de frases infelizes dos ministros sobre o caos
aéreo levou o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) a
orientar que seus subordinados
se abstivessem de fazer novos
comentários sobre o assunto. E
disse que declarações deveriam
se restringir à Aeronáutica, para evitar "ruídos e contradições". A reação veio diante da
repercussão de opiniões ditas
por dois de seus ministros.
Marta Suplicy, ministra do
Turismo, abriu a temporada no
dia 13, quando deu um conselho a quem enfrenta problemas
nos aeroportos: "Relaxa e goza,
porque você esquece todos os
transtornos depois". Em nota,
emitida mais tarde, explicou
que a intenção era "dizer que
viajar vale a pena".
Anteontem, foi a vez de Guido Mantega, ministro da Fazenda, dar a sua contribuição.
Ele afirmou que os atrasos são
reflexo "um pouco do preço do
sucesso" e da "prosperidade"
da economia brasileira. "Há aumento do fluxo de tráfego [aéreo]. É a prosperidade do país,
mais gente viajando, mais
aviões nas rotas", disse.
Sem saber da determinação
de Lula, o vice-presidente José
Alencar defendeu Mantega e
falou ontem que a sociedade
precisa ajudar o governo a solucionar a crise. Para ele, há três
motivos para o apagão: a falta
de investimentos em infra-estrutura aeroportuária, o crescimento da economia e a duplicidade de comando do controle
do tráfego aéreo.
Ontem, a Folha tentou falar
com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma
Rousseff (Casa Civil) sobre a
crise. Ninguém ligou de volta. A
assessoria de Marta avisou que
ela não falaria sobre o assunto.
(LETÍCIA SANDER, PEDRO DIAS LEITE, SILVANA DE FREITAS)
Texto Anterior: Governo tem pronto "plano de cargos e salários" para os controladores de vôo Próximo Texto: Funcionários também sofrem com os atrasos Índice
|