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Na sala ou no quarto, desenhos enfeitam casas de descolados
DA REPORTAGEM LOCAL
Ter uma parede grafitada
dentro de casa está se tornando
mania entre paulistanos descolados. Seja na sala, no quarto do
filho adolescente ou na suíte do
casal, o objetivo é ter uma obra
de arte única, de preferência
bem colorida, assinada por grafiteiros que trabalham nas ruas.
Era isso o que a empresária
Renata Celidônio, 35, queria.
Cansada de olhar para a parede
branca ao lado da sua cama, começou a buscar alguma coisa
diferente para o quarto.
"Não queria cair na mesmice,
até que vi na internet trabalhos
de grafite e fui em busca dos artistas", conta. "Meu marido,
que é médico, topou e a gente só
definiu que deveria ter cores vivas, mas não muito pesadas, para não enjoar." Há duas semanas, sua parede, grafitada por
Edivaldo Luiz Álvares, 43, o Vado do Cachimbo, ficou pronta e
ela adorou o resultado.
Renata não é exceção. A procura por grafites no interior de
residência tem aumentado tanto que os artistas mais conhecidos estão recusando trabalho.
Vado do Cachimbo, um dos
precursores do grafite em São
Paulo, por exemplo, recebe pelo menos três pedidos por dia.
Oswaldo Júnior, 35, o Juneca, tem pelo menos uma solicitação diária. "Já grafitei super-herói em quarto de criança,
pontos da cidade em sala de estar. Geralmente, é o pessoal
mais antenado, mais moderno
que me procura", conta.
Nos últimos três anos, diz
Vado, a procura por esse tipo de
trabalho, que custa cerca de R$
150 o m2, aumentou 60%.
"O pessoal começou a ver o
grafite como obra de arte e não
como uma coisa marginal. Se
bem colocado, ele valoriza o
ambiente."
(DT)
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