São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Na sala ou no quarto, desenhos enfeitam casas de descolados

DA REPORTAGEM LOCAL

Ter uma parede grafitada dentro de casa está se tornando mania entre paulistanos descolados. Seja na sala, no quarto do filho adolescente ou na suíte do casal, o objetivo é ter uma obra de arte única, de preferência bem colorida, assinada por grafiteiros que trabalham nas ruas.
Era isso o que a empresária Renata Celidônio, 35, queria. Cansada de olhar para a parede branca ao lado da sua cama, começou a buscar alguma coisa diferente para o quarto.
"Não queria cair na mesmice, até que vi na internet trabalhos de grafite e fui em busca dos artistas", conta. "Meu marido, que é médico, topou e a gente só definiu que deveria ter cores vivas, mas não muito pesadas, para não enjoar." Há duas semanas, sua parede, grafitada por Edivaldo Luiz Álvares, 43, o Vado do Cachimbo, ficou pronta e ela adorou o resultado.
Renata não é exceção. A procura por grafites no interior de residência tem aumentado tanto que os artistas mais conhecidos estão recusando trabalho. Vado do Cachimbo, um dos precursores do grafite em São Paulo, por exemplo, recebe pelo menos três pedidos por dia.
Oswaldo Júnior, 35, o Juneca, tem pelo menos uma solicitação diária. "Já grafitei super-herói em quarto de criança, pontos da cidade em sala de estar. Geralmente, é o pessoal mais antenado, mais moderno que me procura", conta.
Nos últimos três anos, diz Vado, a procura por esse tipo de trabalho, que custa cerca de R$ 150 o m2, aumentou 60%.
"O pessoal começou a ver o grafite como obra de arte e não como uma coisa marginal. Se bem colocado, ele valoriza o ambiente." (DT)


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