São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 2008

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Família do Grajaú espera 1 ano para matricular menina

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A diarista Ivone Gabriel Silva, 39, esperou, por um ano, uma vaga na creche para a filha Evelyn Gabriel Santos, de 2 anos e 6 meses.
Durante esse tempo, ela largou o emprego para cuidar da criança. A família, de cinco pessoas, passou a viver com R$ 95 por mês recebidos do Bolsa Família. O marido de Ivone -ajudante de pedreiro, que estava desempregado na época- conseguia complementar o orçamento doméstico em alguns meses, com bicos.
"Era difícil, dava para comprar o básico e pagar algumas contas", diz. "Dei sorte porque assim que ela [a filha Evelyn] foi chamada [na creche] eu consegui arrumar emprego", afirma.
Ivone diz que para os outros dois filhos mais velhos foi ainda mais difícil conseguir uma vaga em creches.
Nem a outra menina, hoje com nove anos, nem o filho mais velho, atualmente com 17 anos, puderam freqüentar creches porque não foram chamados até completarem três anos -idade a partir da qual as crianças são encaminhadas à pré-escola.
Moradora do Grajaú, onde a fila da creche é a maior da cidade, a diarista lista os vizinhos que atualmente passam pela mesma dificuldade em conseguir uma vaga.

Sem aviso prévio
Terezinha Nila da Silva, 48, avó de Felipe Batista da Silva, de 1 ano e 8 meses, é uma das pessoas que passam pela situação. O menino está à espera de uma vaga desde meados do ano passado.
Durante um período, a família contratou uma adolescente vizinha de 16 anos para tomar conta da criança, a um custo mensal de R$ 100.
Mas a alternativa não deu certo, e a avó da criança parou de trabalhar para cuidar dele. "Tive que me demitir e sem cumprir o aviso prévio", lembra. "Ainda tive que pagar R$ 400 à empresa."
(TB)


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