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Presídios já foram construídos com escutas
DE BRASÍLIA
O governo construiu seus
quatro presídios federais de
segurança máxima com um
sistema de gravação de som e
imagem já implementado em
sua estrutura.
O mecanismo especial permite aos administradores da
penitenciária gravar conversas entre advogados e presos, sigilo que a legislação
brasileira diz ser inviolável.
Documento confidencial
do Depen (Departamento Penitenciário Federal), obtido
pela Folha, informa:
"As penitenciárias federais contemplaram em seu
projeto inicial as plataformas
de inteligência, que são equipamentos voltados a área de
segurança e inteligência,
dentre eles o que possibilita a
gravação de áudio e vídeo
nos parlatórios".
Sandro Avelar, diretor do
Sistema Penitenciário Federal, afirma, contudo, que o
uso do sistema é pontual.
"O fato de ter ou não é singelo. Só usamos com autorização da Justiça. [Lidamos]
com os criminosos mais perigosos do Brasil."
Sandro Avelar não nega a
possibilidade de ter havido
gravações em todos os quatro presídios federais, mas
disse que geralmente o Depen não controla qual preso
está em monitoramento.
A reportagem também teve acesso à denúncia de sete
agentes penitenciários do
presídio. De acordo com eles,
as conversas eram gravadas
nas dependências reservadas a encontros íntimos dos
presos, além dos parlatórios.
Os documentos estão no
CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) e no CNMP (Conselho Nacional do Ministério
Público). Há ainda um inquérito na Polícia Federal que investiga a divulgação no YouTube de imagens que teriam
sido gravadas dentro do presídio de Campo Grande (MS).
(LUCAS FERRAZ E MATHEUS LEITÃO)
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