São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Cumbica improvisa pátio e atrasa voos ainda mais

Superlotado, aeroporto faz "puxadinho" para aviões devido à falta de vaga

Na hora do embarque, aviões têm de fazer manobras e se deslocar para as pontes para a entrada de passageiros

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Por falta de espaço no pátio, o governo federal mandou aviões estacionarem em um "puxadinho" do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo) -a extensão inativa de uma pista de taxiamento.
A medida, segundo empresas ouvidas pela Folha, causa mais atrasos em alguns voos internacionais.
Diariamente, até seis aviões ficam na área improvisada, em revezamento. Para o último avião enfileirado sair, é preciso manobrar os demais, o que pode levar até uma hora para que o avião chegue à ponte de embarque.
A Infraero (estatal que administra aeroportos) avisou às empresas em fevereiro.
As companhias, no entanto, afirmam que a área é inapropriada, fica longe das vagas regulares para aviões, carece de sinalização de solo e é rente a um terreno que, com chuva, fica enlameado.
O "puxadinho", um improviso para atenuar a operação de um aeroporto saturado, amplia as vagas de estacionamento sem obras.
No mais recente mapa de Cumbica, de dezembro de 2010, o espaço não é listado como estacionamento.
Sem contar a nova área, o aeroporto tem 61 pontos de parada de aviões.
A solução mais próxima só chegará em dois anos, no final de 2013, quando o governo prevê entregar 42 vagas.

DEMANDA EM ALTA
A demanda no local só aumenta. Maior aeroporto do país, Cumbica recebeu 72 novos voos por dia em 2011, de janeiro a maio. Em relação ao ano passado, o movimento de aviões aumentou 11%; o de passageiros, 16%.
Terminal de passageiros e estacionamento para carros também têm movimento superior à capacidade.
Ficam no "puxadinho", na maioria dos casos, aviões de grande porte, como Boeings 767 e 777 e Airbus A-340, que fazem voos internacionais e têm saída uma vez por dia.
Estão na escala Aeromexico, American Airlines, Air Canada, Continental, Copa, Delta, Lufthansa, Swissair, TAP e United. Do Brasil, TAM, Gol, Webjet e Avianca.
Consultada pela Folha, a Jurcaib, que reúne empresas que operam voos internacionais, classificou a medida de "paliativa". "As empresas acabam aceitando porque é imprescindível ter mais espaço", disse Robson Bertolossi, presidente da entidade.
"Não é uma solução. A solução teria que ser obra em pista, pátio, terminal, o que não foi feito."


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