São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2008

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análise

A vida real do SUS e o "parto humanizado"

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem o Hospital das Clínicas de São Paulo, uma das principais referências no país em atendimento do parto de alto risco, está preparado para as mudanças anunciadas ontem pelo Ministério da Saúde.
Embora louváveis, sem recursos financeiros e vontade política dos gestores de saúde, as medidas para incentivar o parto humanizado correm o risco de não chegarem à vida real do SUS.
Os alojamentos para mães e bebês, por exemplo, agora previstos na nova portaria, inexistem na maioria das maternidades públicas, embora seja uma recomendação antiga da OMS (Organização Mundial da Saúde).
No HC, ainda que em 70% dos casos, mães e bebês pudessem ficar juntos do ponto de vista médico, isso não ocorre porque não há espaço para os berços nos quartos.
As mães ficam em quartos coletivos -com quatro ou dois leitos- e os bebês, no berçário. A cada quatro horas, eles são levados aos quartos para a amamentação.
A nova portaria garante também a presença de um acompanhante de livre escolha da gestante durante o parto e a internação.
Mas no HC não há espaço para os pais permanecerem ao lado das mulheres. Eles só têm autorização para assistir ao parto. Nos quartos coletivos, a acompanhante da mãe deve ser outra mulher.
Basta saber agora como essas e outras questões serão viabilizadas na prática.


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