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Após um ano de restrição, fretado ainda afeta trânsito de São Paulo
Veículos fazem desembarques em locais inadequados e causam lentidão no tráfego de carros
Espaço insuficiente em bolsões leva ônibus a ocupar faixas de carros e passageiro a descer antes do local de parada
FERNANDA BARBOSA
DO "AGORA"
Quase um ano após começar a restrição à circulação de
fretados na região central de
São Paulo, o tráfego desses
veículos ainda causa problemas no trânsito da cidade.
A restrição, em vigor desde
27 de julho de 2009, visava,
de acordo com a prefeitura,
exatamente reduzir o impacto dos coletivos no tráfego.
A reportagem visitou ontem os bolsões destinados à
parada de veículos fretados
do metrô Imigrantes e das
avenidas Bandeirantes e Engenheiro Luís Carlos Berrini
(todos na zona sul) e flagrou
desembarques em locais inadequados, reclamações e
lentidão no tráfego de carros.
No bolsão da Bandeirantes, o recuo suporta apenas
sete ônibus. Quando está lotado, os veículos ficam em fila na avenida (o que retém o
trânsito) e motoristas abrem
a porta antes do ponto.
A pior situação foi na Berrini, onde os pontos são sinalizados apenas com placas e
não há recuo para os ônibus.
Nos horários de pico, apenas três das quatro faixas da
avenida ficam disponíveis
para carros. Sem recuo exclusivo, os fretados ocupam a
faixa da direita e poucos condutores trafegam por ela.
Para a Secretaria Municipal dos Transportes, a restrição ao transporte fretado
trouxe mais fluidez para o
trânsito. Segundo a pasta, a
lentidão média de 2009 ficou
em 107,5 km, inferior à registrada no ano anterior, de 115
km, e em 2007, de 108,8 km.
CRÍTICAS
"A orientação é que o motorista pare no bolsão, mas,
em bolsão onde cabem cinco
veículos, estacionam dez",
afirma Geraldo da Silva Maia
Filho, diretor da Assofresp
(associação de fretados).
A servidora Hayle de Assis,
30, usuária de veículo fretado que desce na parada do
metrô Conceição (na zona
sul), diz que ela é "deserta,
perigosa e sem cobertura".
"Como o ônibus não pode
parar por muito tempo, se
chove, a gente não pode nem
ficar dentro dele", afirma.
Já a analista contábil Tatiana Aroldi, 26, diz que passou a ter de utilizar duas conduções para chegar ao trabalho. "Mas a empresa só paga
o fretado e eu ponho R$ 5,30
do meu bolso todos os dias."
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