São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Após um ano de restrição, fretado ainda afeta trânsito de São Paulo

Veículos fazem desembarques em locais inadequados e causam lentidão no tráfego de carros

Espaço insuficiente em bolsões leva ônibus a ocupar faixas de carros e passageiro a descer antes do local de parada

FERNANDA BARBOSA
DO "AGORA"

Quase um ano após começar a restrição à circulação de fretados na região central de São Paulo, o tráfego desses veículos ainda causa problemas no trânsito da cidade.
A restrição, em vigor desde 27 de julho de 2009, visava, de acordo com a prefeitura, exatamente reduzir o impacto dos coletivos no tráfego.
A reportagem visitou ontem os bolsões destinados à parada de veículos fretados do metrô Imigrantes e das avenidas Bandeirantes e Engenheiro Luís Carlos Berrini (todos na zona sul) e flagrou desembarques em locais inadequados, reclamações e lentidão no tráfego de carros.
No bolsão da Bandeirantes, o recuo suporta apenas sete ônibus. Quando está lotado, os veículos ficam em fila na avenida (o que retém o trânsito) e motoristas abrem a porta antes do ponto.
A pior situação foi na Berrini, onde os pontos são sinalizados apenas com placas e não há recuo para os ônibus.
Nos horários de pico, apenas três das quatro faixas da avenida ficam disponíveis para carros. Sem recuo exclusivo, os fretados ocupam a faixa da direita e poucos condutores trafegam por ela.
Para a Secretaria Municipal dos Transportes, a restrição ao transporte fretado trouxe mais fluidez para o trânsito. Segundo a pasta, a lentidão média de 2009 ficou em 107,5 km, inferior à registrada no ano anterior, de 115 km, e em 2007, de 108,8 km.

CRÍTICAS
"A orientação é que o motorista pare no bolsão, mas, em bolsão onde cabem cinco veículos, estacionam dez", afirma Geraldo da Silva Maia Filho, diretor da Assofresp (associação de fretados).
A servidora Hayle de Assis, 30, usuária de veículo fretado que desce na parada do metrô Conceição (na zona sul), diz que ela é "deserta, perigosa e sem cobertura".
"Como o ônibus não pode parar por muito tempo, se chove, a gente não pode nem ficar dentro dele", afirma.
Já a analista contábil Tatiana Aroldi, 26, diz que passou a ter de utilizar duas conduções para chegar ao trabalho. "Mas a empresa só paga o fretado e eu ponho R$ 5,30 do meu bolso todos os dias."


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