São Paulo, sexta-feira, 23 de julho de 2010

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Nº de mortos em chacinas já supera o total de 2009

Ontem, sete pessoas foram baleadas em bar da zona norte; quatro morreram

Neste ano, 53 pessoas foram assassinadas em chacinas no Estado; durante todo o ano de 2009, foram 51 vítimas

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Com as quatro vítimas baleadas ontem num bar do Jaçanã (zona norte de São Paulo), o total de mortos em chacinas (atentado no qual três ou mais pessoas são assassinadas) neste ano no Estado já superou o de 2009.
Durante todo o ano passado, 51 pessoas foram assassinadas em 16 chacinas no Estado. Neste ano, ao menos até a noite de ontem, são 53 vítimas em 13 casos, segundo levantamento da Folha.
Até julho de 2009, SP havia registrado dez crimes do gênero, com 32 mortos.
A chacina da madrugada de ontem foi a segunda neste ano no Jaçanã. Em 11 de maio, seis pessoas, com idades entre 25 e 35 anos, cinco delas moradoras de rua, foram mortas no bairro.
PMs que atuam na região são suspeitos de participação nas seis mortes de maio.
O atentado de ontem aconteceu em um bar da rua Mário Lago que, segundo a investigação da Polícia Civil, também era usado como ponto de venda de drogas.
Alexandre Guimarães dos Santos, 28, Carlos Carvalho Filho, 43, Marcos André Gomes da Silva, 38, morreram logo depois de socorridos.
Um quarto homem cujo nome não foi revelado morreu na tarde de ontem. Outros três homens foram feridos e estão internados.
No local do crime, peritos recolheram estojos de munição para pistolas .380 e .40, armas normalmente usadas por membros das forças de segurança. Um homem que usava jaqueta preta foi visto atirando no bar.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Domingos Paulo Neto, foi procurado ontem pela reportagem, mas não se manifestou sobre as chacinas ocorridas neste ano no Estado.
A reportagem também solicitou entrevista com o delegado responsável pelo 73º Distrito Policial (Jaçanã), mas o pedido não foi atendido pela Polícia Civil.

NENHUM PRESO
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, ninguém foi preso neste ano, ao menos na capital e Grande São Paulo, sob a acusação de participar de atentados que culminaram em chacina.
Das sete investigadas neste ano pelo DHPP (departamento de homicídios), três são consideradas esclarecidas. Uma delas, no bairro Socorro (zona sul de São Paulo) e com quatro mortos, o acusado é o PM Clóvis Silva Alves, 39, que nega ter cometido o crime.
A Segurança Pública informou não ter dados consolidados sobre chacinas ocorridas neste no interior.
Neste ano, foram dez chacinas na capital e Grande São Paulo e, no interior, três.


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